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Mercado
B3 assume o papel de xerife do mercado que um dia já foi da CVM
6/05/2024A B3 é hoje a principal demolidora da casa de alvenaria em que se tornou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Retificamos: é o segundo maior agente desconstrutor; o primeiro é a própria CVM, que canibaliza a si mesma. A B3 comprou a velha tese da autorregulamentação do mercado e está fazendo uma verdadeira maratona nessa área. Antes, ninguém acreditava nas regras que provinham das bolsas, “antro de prostituição”, segundo o saudoso economista Moyses Glatt, um dos criadores dos mercados a termo na Bolsa de Valores de São Paulo. Essa percepção mudou. A B3, junção de todas as antigas bolsas, não para de criar regulamentos de aperfeiçoamento do Novo Mercado. Hoje, a instituição é quem organiza de fato a “legiferação” e implementa as ações de melhoria das transações com ações e debêntures. Agora mesmo, modernizou a anacrônica concepção de que a CVM é o xerife do mercado. A B3, entre várias mudanças de aprimoramento das obrigações das companhias abertas, vai criar uma espécie de fast track para suspender as empresas que estejam se valendo de práticas suspeitas, fora das regras de conformidade ou com conduta desapropriada. Talvez a CVM seja informada em tempo real. Talvez depois do fato consumado. Ou, sabe-se lá, no dia seguinte por meio do mercado. Mas as missões estatutárias de acompanhamento, denúncia e punição, algumas das principais atribuições da CVM, vão para a prateleira do passado. O xerife agora é outro.
Só para dar um background sobre a CVM, a autarquia é uma espécie de patinho feio entre as instituições que gravitam em torno do mercado acionário. Seu orçamento é irrisório. Suas multas são baixas. Grande parte delas prescreve através das contestações na Justiça. O número de processos julgados pela instituição caiu para mais da metade entre 2018 e 2022. A CVM iniciou o ano de 2023 com um déficit de 30% no quadro de servidores em relação a 2010. Segundo estudo da FGV, em 2022 só houve 50 julgamentos. O comportamento de privilegiar a pena pecuniária permaneceu como parâmetro. Só que o valor total dessas multas, em 2022, segundo o estudo obtido pelo RR, somou R$ 48,4 milhões, sendo que R$ 20,4 milhões correspondem a ilícitos em mercado. Em não raros casos ainda cabe recurso. A título de blague, talvez fosse o caso de a CVM pensar no instituto da delação premiada. Puniria mais e arrecadaria muito mais.
Nos últimos três governos, foi acalentada a junção da CVM e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), outro patinho feio xifópago. O novo órgão ficaria mais parrudo, teria um status maior e poderia pleitear melhores condições de funcionamento ao governo federal. Mas, bulhufas! Nada aconteceu e nada deverá acontecer. Alguém, imagina, por exemplo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizando uma visita ou mesmo um elogio à CVM, órgão vinculado a sua Pasta? Apostas na mesa. O que ficou é a saudade dos tempos em que a autarquia era presidida por Roberto Texeira da Costa, um quadro de estirpe, no período de implementação da Lei das S/A, com um notável colegiado e tendo em Mario Henrique Simonsen um dos maiores estimuladores. Mas isso é conversa de ancião. Por ora, é tecer loas à B3, que segue na sua cruzada pelo aperfeiçoamento do mercado de valores mobiliários. Que a instituição, hoje “mãe de todas as bolsas brasileiras”, continue entregando o bom serviço que presta.
Mercado
Barzel leva seus fundos de real estate para a B3
17/11/2023A Barzel Properties está reavaliando o timing para a abertura de capital dos fundos de real estate Barzel Retail II e Barzel Log. O projeto inicial previa a listagem na B3 ainda neste ano. No entanto, a operação já foi postergada para 2024. Entre os principais ativos imobiliários dos dois fundos estão as cinco lojas e os quatro centro centros de distribuição comprados do Carrefour neste ano por R$ 1,2 bilhão. Em conversa com o RR, a Barzel informou que “ainda existe uma possibilidade de abertura de capital, mas dada a volatilidade recente no mercado de juros, estamos aguardando uma melhor definição para confirmar a colocação publicamente.”
Mercado
B3 deixa um pé em nova bolsa sul-americana
2/10/2023A B3 decidiu permanecer com uma participação minoritária na nova instituição criada a partir da fusão das bolsas de valores da Colômbia, Chile e Peru. Terá, inclusive, um representante no board: Claudio Jacob, diretor de desenvolvimento mercados e de clientes da B3. Segundo o RR apurou, Jacob tem participado de maneira razoavelmente ativa na composição da nova companhia. Talvez ainda seja cedo para falar em retomada dos planos de internacionalização e do projeto de se tornar uma grande consolidadora do mercado bursátil na América Latina. Mesmo assim, a permanência da B3 no negócio chama a atenção pelo contraponto a movimentos no passado recente. Há cerca de dois anos, a holding brasileira se desfez da sua participação na Bolsa do México, sinalizando que gradativamente sairia também do Chile, Colômbia e Peru.
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Leilão do pré-sal na corda bamba
20/07/2018A própria Pré-Sal Petróleo (PPSA) trabalha com uma expectativa baixa em relação ao 2º Leilão de Petróleo da União, marcado para 31 de agosto, na B3. Localizadas em águas profundas, os blocos que serão colocados sobre o balcão exigem altos investimentos. É necessário, por exemplo, o uso de embarcações do tipo Posicionamento Dinâmico, mais onerosas. Ao todo serão ofertados três milhões de barris oriundos dos campos de Mero, Lula e Sapinhoá. Na primeira tentativa de licitação, em maio, a PPSA não conseguiu vender nenhum dos lotes ofertados. Na ocasião, houve apenas um habilitado, a Shell, que sequer apresentou um lance. Mau presságio
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Êxodo de IPOs paira sobre a B3
20/07/2018O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, e seus pares de diretoria não escondem a apreensão com as novas regras anunciadas pela SEC no fim de junho. A CVM norte-americana anunciou mudanças regulatórias com o objetivo de estimular a abertura de capital de empresas de pequeno e médio portes na Bolsa de Nova York e na Nasdaq. O temor da B3 é que as iscas oferecidas pelo mercado de capitais norte-americano acabe provocando uma migração de empresas brasileiras. Ressalte-se que um número razoável de companhias nacionais de porte mediano acena com o seu IPO para 2019, a exemplo do laboratório Blau e da rede varejista Centauro