Economia

A malhação sem dó nem piedade do “Judas” Roberto Campos Neto

  • 20/07/2023
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O atrito entre o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, novamente em torno da taxa de juros, é mais um capítulo das injustiças que o titular da autoridade monetária vem sofrendo no governo Lula. A premissa equivocada, que tem levado Simone Tebet, Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e o próprio Lula a atacarem abertamente Campos Neto, é a atribuição de culpa pelo nível elevado da Selic. Erro crasso. Quem determina o patamar da Selic é o colegiado do BC, constituído por nove diretores. Campos Neto tem o mesmo peso dos demais. O RR foi buscar uma nota técnica de junho de 2023, assinada pelo ex-presidente do BC Gustavo Franco e o economista Luca Mercadante com base em dados oficiais do órgão. O levantamento revela que houve, entre 2002 e 2023, 183 reuniões do Copom. Em somente 14,2% delas ocorreram votos divergentes no colegiado. O número máximo de votos divergentes foi de três diretores (7,1% dos encontros do Copom). Com dois votos divergentes foram 6,6% das reuniões; e com um voto divergente, apenas 0,5% dos eventos. A esmagadora maioria foi de convergência dos votos. 

Ora, Campos Neto tem 1/9 de responsabilidade nos altíssimos juros do país. Pode até ter votado contra em alguma das reuniões do Copom. Ninguém sabe. Como a decisão de cada diretor não é revelada, fica o segredo para ser desvendado em um ponto futuro da História. Por enquanto, Campos Neto está sendo malhado como Judas mandante da Selic, quando no mínimo, se houve culpa nisso, ela não é sua isoladamente. 

#Banco Central #Roberto Campos Neto

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