Hypermarcas e EMS disputam cada comprimido do BioNovis

  • 4/07/2013
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 É cada vez maior a preocupação do BNDES com os rumos do BioNovis – o “superlaboratório” nacional criado a partir da associação entre EMS, União Química, Hypermarcas e Aché. Ainda em fase pré-operacional, a empresa parece um país em guerra civil. Além das desavenças entre as famílias acionistas do Aché, por conta do tumultuado processo de venda da empresa, e do contencioso entre Fernando Castro Marques, dono da União Química, e seus irmãos Paulo e Cleiton, do Biolab, há um novo embate, envolvendo diretamente os outros sócios do BioNovis. Hypermarcas e EMS vêm duelando em busca de maior poder na companhia – não obstante a divisão isonômica do capital entre os quatro acionistas. Um dos alvos seria o presidente do “superlaboratório”, Odnir Finotti, que, apesar do aval proforma de todos os acionistas, só assumiu o posto por causa do empurrão do BNDES. Aproveitando-se do momento de fragilidade da União Química e do Aché, a s voltas com conflagrações dentro de suas fronteiras, Hypermarcas e EMS estariam se digladiando para indicar um nome de sua confiança para o comando do BioNovis. No BNDES, há quem enxergue, por trás desta disputa corporativa, um confronto estritamente pessoal. O “superlaboratório” seria pequeno demais para abrigar os supergos do empresário Carlos Sanchez, todo-poderoso do EMS, e de Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas e braço-direito do acionista controlador da companhia, João Alves de Queiroz Filho, o “Junior”. Pode até ser. O fato é que, seja na física, seja na jurídica, Hypermarcas e EMS teriam outro forte motivo para guerrear, este ainda mais decisivo para determinar o jogo de forças do BioNovis do que apenas uma troca de presidente. Bergamo estaria se movimentando junto ao BNDES na tentativa de derrubar uma cláusula do acordo de acionistas que prevê a redistribuição do capital em caso de venda de uma das empresas sócias do “superlaboratório”. Legisla em causa própria. Após uma primeira investida, no fim do ano passado, a Hypermarcas teria retomado no início de junho as conversações para a compra do Aché. Caso consiga derrubar a “pílula de veneno” do BioNovis com a eventual aquisição, a Hypermarcas passaria a ter 50% do capital do “superlaboratório”, empurrando EMS e União Química para os fundos da farmácia. Não é uma manobra simples. A mudança precisaria da aprovação dos demais acionistas. Antes disso, o mais provável é que o BNDES entre em campo para colocar cada um no seu devido lugar. Não é para fomentar um grupo de guerrilheiros que o banco está financiando os mais de R$ 600 milhões necessários a  implantação do novo laboratório. Procurado pelo RR, o BioNovis não quis se pronunciar.

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