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Grupo RBS vira uma novela de traição e mágoa

  • 17/07/2012
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A saga da RBS poderia ser escrita sob forma de uma novela no melhor estilo de Érico Veríssimo. O primeiro tomo se chamaria “A origem”, contando os passos iniciais do fundador, Mauricio Sirotsky, para a montagem do grupo. O segundo fascículo receberia o título de “A construção”, com o relato da trajetória de Nelson Sirotsky e sua importância para a consolidação do conglomerado. O terceiro e atualíssimo compêndio seria conhecido pelo nome de “A traição”. Ele reportaria a ascensão de Eduardo Melzer ao comando da RBS e sua iniciativa de afastar da empresa a família e seus homens de confiança e cortar os laços com o gauchismo. “Duda” ratificou as informações publicadas pelo RR na edição nº 4.405, ao anunciar sua intenção de transferir, pedaço por pedaço, a RBS para São Paulo. O passado parece incomodar profundamente o príncipe desgarrado dos pampas. A crônica da humilhação de Geraldo Corrêa, um herdeiro do grupo quase demitido, é emblemática. Tudo começa nos idos dos anos 70, quando Mauricio Sirotsky levou a s telas da TV Gaúcha um desfile de monoquíni. O regime militar quis cassar a concessão da emissora. Mauricio chamou, então, o brilhante advogado Fernando Ernesto Corrêa para defendê-lo. Corrêa conseguiu salvar a TV. Como retribuição, Maurício convidou o advogado para ser seu sócio, dando-lhe 8% da RBS. Corrêa, então, ficou tratando da parte de lobby e assuntos jurídicos. Anos depois, quando Nelson Sirotsky assumiu, sucedendo Jaime Sirotsky, este último e Fernando Corrêa ocuparam as funções de presidente e vice-presidente do Conselho de Administração. Como vice-presidente na gestão Nelson Sirotsky, assumiu, então, o filho de Fernando, Geraldo Corrêa. O vento levou o tempo para mais adiante e “Duda” despontou como novo comandante. Enquanto foi se acomodando na cadeira do dragão, o jovem Sirotsky começou seu processo de desbastamento dos gaúchos na gestão da empresa. Maquinou a retirada de Geraldo Corrêa da vice-presidência e o empurrou para a chefia do Canal Rural, o negócio mais desimportante do grupo – boa parte da programação da emissora é dedicada ao leilão de joias. Requinte da crueldade: no dia em que Geraldo foi transferido, foi feita apenas uma nota de comunicação e imediatamente seu nome foi tirado do expediente do Zero Hora, onde estão perfiladas todas as funções executivas do grupo. Na primeira semana de julho, quando “Duda” assumiu definitivamente a presidência e trouxe executivos egressos da Telefônica para cargos de comando, em uma manobra conciliatória Geraldo Corrêa voltou ao expediente como vice-presidente do segmento rural. Na RBS, tem-se como certo que o escanteado herdeiro caiu para cima e o ato final da tortura será a degola do gaúcho. Mesmo em um cargo de menor importância, “Duda” quer o pessoal de fora. Sua gente, ele quer bem longe

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