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Vale deixa a agenda ESG a pé pelo caminho
Causa até perplexidade que a Vale, com tantas máculas na área de ESG, bata de frente com seus colaboradores por tão pouco. Mas é justamente o que está acontecendo no Complexo de Tubarão, no Espírito Santo. Segundo informações apuradas pelo RR, o sindicato dos ferroviários entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra a empresa, exigindo a manutenção do serviço de transporte para os funcionários de Tubarão. Não deve parar por aí. A questão está escalando degraus mais altos do sindicalismo. Há informações de que a CUT entrou diretamente no caso, dando apoio jurídico aos funcionários da companhia. A entidade estaria também mobilizando sindicatos do Espírito Santo para uma manifestação contra a mineradora. É o preço que a Vale paga por ser a Vale: pode até ser um assunto comezinho, mas, tratando-se de quem se trata, essa é uma briga boa para ser capitalizada pela CUT. O RR fez contato com a Vale, mas a empresa não se manifestou até o fechamento desta matéria.
O pomo da discórdia é a decisão da Vale de encerrar, a partir de 31 de julho, o serviço de transporte para os funcionários moradores de cinco cidades capixabas – João Neiva, Ibiraçu, Fundão, Aracruz e Viana. Os trabalhadores alegam que o benefício já está incorporado ao contrato de trabalho e, portanto, não pode ser retirado sem negociação com os sindicatos. A empresa é acusada de agir deliberadamente com o intuito de forçar os funcionários a se mudarem para áreas mais próximas ao Complexo de Tubarão. João Neiva, por exemplo, fica a quase 100 km das instalações. A menor distância é para a cidade de Neiva – 54 km. A suspensão das linhas de ônibus atingirá cerca de 300 funcionários. Há um pequeno grande detalhe que contribui para aumentar o azedume em relação à Vale. Aracruz e Fundão estão entre as cidades atingidas pela tragédia socioambiental de Mariana. Pior: a Samarco, controlada pela Vale e BHP e responsável pela Barragem do Fundão, questionou a inclusão dos dois municípios, além de outras três cidades do litoral capixaba, na relação das áreas afetadas pela catástrofe. Em abril deste não, a Justiça de Minas Gerais confirmou que essas regiões têm, sim, direito à reparação financeira.
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