Meta de inflação para 2023 está caindo de madura

  • 7/06/2022
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Está por um triz a mudança da meta de inflação para 2023. No BC se discute se ela ficaria em torno de 3,75% a 4%, mantidas as respectivas bandas de 1,5%. Hoje, a meta está em 3,5%. Para 2023, ela está fixada em 3,25%. As projeções de inflação do Boletim Focus, que voltou a ser publicado ontem, são de um IPCA de 7,89% neste ano, e de 4,1%, em 2023.

Como o viés é de alta, é razoável prever que o IPCA ultrapasse a banda superior da meta, de 4,75%. O RR consultou sete economistas de bancos: todos consideram impossível atingir a banda superior da meta neste ano. Em 2023, o cumprimento da meta dependeria de o BC elevar a taxa neste ano para um patamar superior a 14% (O Focus estima uma Selic de 13,25%, no final de 2022). O Banco Central mira 2023 com a política monetária.

Portanto, os juros deste ano visam abater a inflação de 2023. Lembre-se que esse esticão da Selic se daria em um ano eleitoral. Noves fora, os juros superiores a 14% serem um tiro de escopeta na atividade produtiva. Ou, então, sobraria ao governo conseguir decretar um novo estado de calamidade, medida, aliás, ao gosto do Ministério da Economia. Como se sabe, no saco do estado de calamidade cabem todos os gatos. O RR defende a mudança da meta desde o ano passado. Aliás, muito bem calçado pelo ex-diretor do BC e implementador do inflation target, Sérgio Werlang.

#Banco Central #IPCA #Ministério da Economia

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