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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a bancada ruralista se articulam com o objetivo de acelerar a votação do projeto de lei no 5243/2016, que prevê a criação da EmbrapaTec, subsidiária da Embrapa. Mas não exatamente a mesma proposta que hiberna no Congresso há dois anos. A semente que estaria sendo cultivada neste momento no solo fértil do Legislativo é um “projeto transgênico”. A mudança viria com a inclusão de uma emenda propondo a transferência de algumas das funções e ativos da empresa-mãe para a EmbrapaTec.
Originalmente concebida para ser um braço de comercialização da estatal e um istmo societário que permitiria acordos com grupos privados, a subsidiária ganharia uma dimensão ainda maior. Congressistas mais ousados falam até na possibilidade de migração para a nova empresa do banco genético da Embrapa, um de seus maiores patrimônios. Na prática, a manobra permitiria que, ao se associar à EmbrapaTec, um grande grupo internacional tivesse o bilhete para acessar o Fort Knox das pesquisas e projetos de melhoramento genético da estatal. Esse acervo da última fronteira da agrociência nacional é estimado em mais de US$ 1 bilhão, fora o seu valor intangível.
Procurada, a Embrapa nega esta possibilidade e afirma que “o projeto de lei tem como objetivo criar uma subsidiária que vai permitir mais agilidade comercial sem ferir princípios e compromissos de uma empresa pública”. Está feito o registro. No entanto, faltou combinar com os próprios funcionários. Nos corredores da própria estatal, o assunto está na ordem do dia. Sindicatos de trabalhadores da Embrapa se mobilizam contra o projeto da EmbrapaTec. Ao mesmo tempo, há internamente uma onda de insatisfação com a gestão de Mauricio Lopes, presidente da estatal.
Aos olhos do corpo técnico da empresa, Lopes se “politizou” em demasia, aproximou-se demais do ministro Blairo Maggi – Lopes, inclusive, esteve cotado para substituí-lo caso Maggi deixasse o cargo para disputar as eleições. As próprias medidas que vêm sendo adotadas pela atual diretoria são interpretadas como uma arrumação da casa para esvaziar a Embrapa e alinhar o terreno para a criação de uma EmprapaTec “geneticamente modificada”. Recentemente, a estatal reduziu suas áreas administrativas de 17 para seis e cortou quatro centros de pesquisa. Há ainda discussões em torno de um plano de demissões voluntárias. Aguardam-se as sementes dos próximos capítulos.
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