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O presidente Lula está pedindo subsídios ao Itamaraty e à Fazenda para pleitear a criação de uma moeda dos Brics ou mesmo de uma plataforma que permita as trocas comerciais diretas entre os países que adotarem o novo sistema. A defesa do “padrão monetário alternativo” será realizada na reunião de Cúpula dos Brics, que ocorrerá de 5 a 7 de julho, no Rio de Janeiro. Lula já se manifestou em outras vezes favoravelmente ao novo meio de pagamento, que faria frente ao dólar.
A tese é que o valor do comércio internacional dos países que integram os Brics é maior do que o montante para os mesmos fins da moeda norte-americana. O presidente quer bater na mesma ideia com ênfase, buscando assim um protagonismo maior na reunião. A priori vai falar ao vento.
Os norte-americanos tem músculos de sobra para barrar qualquer tentativa mais efetiva de adoção da “moeda Brics”. Não bastasse isso, a ressonância da voz de Lula no concerto dos países que compõem o acrônimo é destituída de lastro. O Brasil tem uma parcela insignificante no volume global do comércio internacional – em torno de 1%.
Mesmo quando se contabiliza apenas os Brics, sua participação é reduzida, equivalente a menos de 9%. Ou seja: dita por Lula, a proposta de uma nova moeda terá o som de um sussurro. Se ainda fosse a China… Ocorre que o gigante asiático mantém prudente distância em relação à tese. Melhor mesmo Lula focar na questão do clima. Pelo menos terá algumas garrafas vazias para vender.
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