Justiça Eleitoral entra na mira do “Gabinete do ódio”

  • 4/09/2020
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O STF – mais precisamente o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news – deverá investigar a onda de ataques conjuntos que têm sido feitos contra o TSE e, de roldão, a Positivo Tecnologia nas redes sociais. Há fortes evidências de que a Suprema Corte Eleitoral e a fabricante de computadores tornaram-se alvos do “Gabinete do ódio”. Nos últimos dias, a Positivo vem sendo
torpedeada com boatos de que teria sido vendida para a chinesa Lenovo.

Ao que tudo indica, o objetivo da fake news é atingir a Justiça Eleitoral, sob o comando do ministro Luis Roberto Barroso. Postagens já recolhidas pelo STF insinuam que os chineses vão controlar as eleições brasileiras, com o beneplácito do TSE. Mais uma vez, os autores da fake news valem-se do expediente de contar uma mentira falando verdades. Para construir o raciocínio, citam que a Positivo ganhou licitação do TSE para a produção de 180 mil urnas eletrônicas, o que de fato ocorreu. Segundo o RR apurou, alguns perfis chegaram a postar no Facebook e posteriormente apagar mensagens chamando a empresa de “laranja” do governo chinês e insinuando pagamentos ilegais no exterior.

Procurada, a Positivo reconhece as publicações nas redes sociais, mas “desmente o rumor de que foi vendida à Lenovo”. Sobre as investigações da procedência das postagens, a empresa diz que “não tem informações a respeito”. O rocambolesco enredo mistura sinofobia e  suspeições contra a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas, sabidamente dois temas que habitam o ideário bolsonarista. Bem ao seu estilo, o próprio Jair Bolsonaro já afirmou ter provas de fraudes no sistema de votação, sem jamais apresentá-las.

Em tempo: há ainda um personagem que ajuda a colocar mais algum tempero nessa história: o híbrido de empresário e político Oriovisto Guimarães, fundador da Positivo. O senador, ressalte-se, costuma adotar uma postura crítica em relação a Bolsonaro. Na saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Oriovisto atacou o governo e a interferência política na PF e se disse “fã absoluto” do ex-superministro que virou adversário figadal de Bolsonaro. Perguntada se vê alguma conexão política nos ataques, a Positivo afirma que o senador “deixou em 2012 a gestão e a sociedade do grupo. Logo a empresa não pode afirmar o que gerou as postagens sobre as notícias falsas”. Mesmo após transferir suas ações para os filhos, a imagem de Oriovisto está visceralmente ligada à companhia. Talvez o “Gabinete do ódio” tenha unido a fome à vontade de comer ao juntar o TSE de Barroso e a Positivo no mesmo algoritmo.

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