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Itamaraty trabalha para debelar um “motim” na OEA

  • 30/03/2023
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A diplomacia brasileira está trabalhando nos bastidores para desarticular uma espécie de intentona sul-americana na Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo o RR apurou, o Itamaraty tem feito gestões junto aos países vizinhos para barrar um movimento liderado pelo Chile e pela Argentina. De acordo com informações filtradas do Ministério das Relações Exteriores, a dupla tem buscado o apoio de governos da região para pressionar o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, a antecipar o fim do seu mandato, que se encerra apenas em 2025. Dessa vez, a gestão Lula está na mão contrária dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Chile, Gabriel Boric, seus aliados. Um dos principais motivos atende pelo nome e sobrenome de Joe Biden. Nos meios diplomáticos, a informação é de que a Casa Branca é contrária a uma ruptura institucional na OEA – ainda que Almagro tenha sido reconduzido ao cargo, em 2020, com o apoio do então presidente, Donald Trump. Ressalte-se que os Estados Unidos têm o maior número de votos dentro do órgão multilateral. Praticamente nada é aprovado sem o seu aval. Nesse contexto, qualquer movimento para tirar o diplomata uruguaio da presidência da OEA pode gerar um ruído diplomático desnecessário com o governo Biden. Além disso, Almagro teve um papel de razoável relevância para Lula na eleição. Logo após o resultado do segundo turno, a OEA não apenas atestou a segurança das urnas eletrônicas, por intermédio de uma comissão enviada ao Brasil, como foi uma das primeiras vozes internacionais a reconhecer formalmente a vitória do petista.  

Segundo informações que circulam no Itamaraty, Argentina e Chile alegam que Luis Almagro vem negligenciando pautas de interesse da América do Sul na OEA. No caso específico do governo de Alberto Fernández, há um fator adicional que acirra a oposição ao diplomata: ainda que indiretamente, seria uma vendeta contra o próprio Uruguai, por divergências no âmbito do Mercosul. O presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, é um notório defensor da flexibilização as regras do bloco para que os participantes possam negociar individualmente acordos comerciais internacionais. A Argentina é contra. Argentinos e chilenos tentam se aproveitar também do momento de vulnerabilidade de Luis Almagro. Desde o fim do ano passado, ele é alvo de uma investigação aberta pela própria OEA. O diplomata é acusado de promover indevidamente a um alto cargo na entidade uma funcionária com quem teria mantido um relacionamento amoroso.  

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