Fundo americano recua alguns hectares em terras brasileiras

  • 24/03/2022
    • Share

Segundo o RR apurou, o TIAA, o fundo de pensão dos professores universitários norte-americanos, estaria vendendo terras na região do Cerrado. Um dos candidatos ao negócio seria a Radar, companhia de propriedades agrícolas controlada pela Cosan. Não é de hoje que os caminhos da dupla se cruzam em solo brasileiro.

Em setembro do ano passado, o grupo de Rubens Ometto recomprou uma participação de 47% na própria Radar, fatia essa que havia sido vendida pela Cosan, em 2016, à Mansilla Participações, veículo de investimento do TIAA. Ambos também teriam mantido negócios conjuntos no setor por meio da Tellus Brasil Participações. Procurados pelo RR, Cosan e TIAA não se pronunciaram.

Tão ou mais importante do que os personagens da operação e esse vai-e-vem societário é o histórico de suspeições lançadas sobre os negócios da TIAA com terras no Brasil. O fundo de pensão chegou a ser acusado de ter comprado propriedades agrícolas no país de forma irregular, driblando as restrições à presença de capital estrangeiro no setor. As denúncias foram alvo de investigação por parte de órgãos públicos. No fim de 2020, um relatório preliminar do próprio Incra apontou indícios de que o TIAA violou a legislação brasileira.

De lá para cá, no entanto, parece terem jogado terra em cima do assunto. Consultado, o Incra não quis se manifestar. Segundo o RR apurou, à época, a questão chegou a provocar mal-estar junto ao governo norte-americano. Na ocasião, Donald Trump ainda estava na Casa Branca. O que não quer dizer que, do ponto de vista diplomático, o tema possa ter perdido peso com a chegada de Joe Biden ao poder. Pelo contrário. Roger Ferguson Jr., que até maio do ano passado ocupava o cargo de CEO do TIAA, é ligado ao Partido Democrata e bastante próximo de Biden. Ex-vice-presidente do FED, Ferguson esteve cotado para assumir a Secretaria do Tesouro.

#Cosan #Donald Trump #Radar #Rubens Ometto

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.