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Há uma mobilização do Comando Militar da Amazônia em torno do chamado Arco Norte, notadamente na divisa com a Venezuela e a Colômbia. O Exército tem intensificado as operações na região para combater o tráfico de armas e drogas, inclusive com a presença de oficiais das Forças Armadas norte-americanas. O serviço de Inteligência vem rastreando a movimentação de traficantes na região, que tentam se aproveitar da migração de cidadãos venezuelanos para infiltrar material bélico e, sobretudo, cocaína no Brasil.
Segundo o RR apurou, refugiados têm sido usados como “mulas” para o transporte de munição e drogas. De janeiro a setembro, cerca de oito mil venezuelanos se instalaram apenas em Boa Vista (RR). O desafio dos militares é rastrear e vedar uma região de fronteira repleta de porosidades – leia-se trilhas na selva, rios e, agora, pessoas e mais pessoas. Consultado pelo RR, o Exército informou que monitora a entrada dos refugiados e confirmou a participação de oficiais do Exército norte-americano em manobras na Amazônia. Disse, no entanto, que sua presença se restringe à condição de observadores em operações de caráter humanitário.
A situação é ainda mais preocupante devido ao desenfreado aumento da produção de cocaína na Colômbia. Em dois anos, a oferta mais do que duplicou. A área de plantio no país atingiu o maior nível desde o início da década de 1990, quando os Cartéis de Medelín e Cali foram desmantelados. Não por acaso uma das prioridades do Exército neste momento é a expansão do Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras.
Hoje, por conta de restrições orçamentárias sua operação está limitada a um projeto-piloto no Mato Grosso. Há uma vinculação direta entre a nova onda de violência nos presídios brasileiros e o aumento da oferta de cocaína colombiana. É crescente a disputa entre facções criminosas pelo “direito” de explorar novas rotas para o tráfico da droga. Um dos “trilhos” mais cobiçados corta os estados do Centro-Oeste e leva à Região Sul, e, dali, ao Uruguai e à Argentina.
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