A velha luta de classes levada ao pé da letra

  • 8/12/2017
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Um empresário do setor cafeeiro, que já viveu melhores dias nos seus negócios, vomitou, ontem, no Aeroporto Internacional de Miami, a aversão que determinada elite retrógrada nutre pelo Brasil. O antipatriota, possesso com a malta tupiniquim, deitava falação na entrada do portão 12, onde se daria o embarque do voo 8057 da Latam. Falava  em voz alta que os brasileiros, na fila da classe econômica, representavam a síntese do país: “Molambentos, sacoleiros, feios, escuros e mal educados”.

Dizia que “o Brasil não tem jeito” e “nem com a volta da escravatura e o regime militar juntos, o país levantará da sua mediocridade”. O motivo para tamanha demonstração de repulsa foi o magano ter sido atravessado em seu ingresso na business class por um desavisado turista da classe econômica. O destempero foi recebido por uma vaia daquelas da malta, que esperava o sinal verde para iniciar sua arrastada caminhada em direção ao interior da aeronave.

O fascista batia palmas para a classe média. E a turistada vaiava, aumentando os termos chulos de parte a parte. As aeromoças fizeram o possível junto com o pessoal de terra da Latam para impedir a triste cena, que durou eternos minutos. Mas nada é tão ruim que nunca acabe. O velho cafeicultor, já dentro do avião, sentou-se cansado na cadeira reclinável. Mal fechou os olhos, as vaias foram entoadas pelo pessoal que entrava enfileirado pelo corredor. “Uuúúúúuúuúúú. Nazistaaaa! Lulaaaaa!” É a batalha ideológica e pré-eleitoral de pior qualidade, emporcalhando com o ódio tão comum em nossa terra a imagem do Brasil pelo mundo.

#Latam

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