Gafisa e Even são dois prédios sobre estruturas abaladas

  • 21/09/2018
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O principal “empreendimento” dos administradores da Gafisa, neste momento, é garantir a sua própria sobrevivência. A diretoria da incorporadora está movendo mundos e, sobretudo, fundos para barrar a tentativa do investidor Mu Hak You de tomar o poder na companhia. Após publicar anúncios em jornais, a Gafisa pretende usar as redes sociais e propaganda na TV com o objetivo de convocar os minoritários para a assembleia marcada para a próxima terça-feira, dia 25. A intenção é arregimentar um bloco coeso de acionistas com votos suficientes para rechaçar a manobra de Hak You, que convocou a reunião com o objetivo de votar a destituição do Conselho de Administração. O capital excessivamente pulverizado da empresa é o maior adversário dos administradores da Gafisa. Sozinho, sem contar com eventuais agregados, o investidor sul-coreano já detém cerca de 30% das ações ordinárias.

A troca na presidência da Even – com a entrada de Leandro Melnick no lugar de Dany Muszkat – é apenas o sinal mais visível dos tremores societários na incorporadora. O empresário Alexandre Grendene enfrenta crescente pressão de seus pares no condomínio de investidores que detém o controle da companhia – entre os quais estão as famílias Vidigal e Zaffari. Os sócios estariam cobrando medidas mais agudas para frear os seguidos prejuízos da empresa, como a venda de projetos e uma aguda redução do banco de terrenos, avaliado em cerca de R$ 8 bilhões. No primeiro semestre deste ano, a Even acumulou R$ 56 milhões em prejuízos, que se somam às perdas de R$ 340 milhões em 2017.

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