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VLI terá de pagar um alto “pedágio” para renovar concessão da Ferrovia Centro-Atlântica

  • 4/01/2023
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A VLI – leia-se Vale, Mitsui e Brookfield – terá de abrir o caixa para conseguir a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica por mais 30 anos – o acordo em vigor vence em 2026. O governo vai condicionar a prorrogação do contrato à realização de expressivos investimentos na operação, notadamente no trecho que corta a Bahia. O “pedágio” será alto. Segundo o RR apurou, com base em cálculos feitos ainda pela equipe de transição, as cifras pode chegar perto dos R$ 20 bilhões, acima dos R$ 13 bilhões originalmente negociados entre a companhia e a ANTT. Em conversa com o RR, a VLI afirma que o “processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica, desde seu início, é pautado por discussões e análises em nome do interesse público. O plano de investimentos apresentado e ora em análise prevê grandes obras de infraestrutura, aquisição de vagões e locomotivas, obras de solução de conflitos urbanos, entre outros pontos.” A companhia informou ao RR ter mantido “diálogo com a equipe de transição do governo federal e com os governos estaduais, assim como o fez ao longo de todo o processo, além de outras partes interessadas, a fim de ouvir as necessidades de cada região envolvida”. 

As tratativas com a ANTT já se arrastam há meses. No entanto, a chegada do PT ao poder tende a tornar a negociação ainda mais dura e complexa para a VLI. A empresa terá um forte “adversário” no primeiro escalão da gestão Lula: o ex-governador da Bahia e novo ministro da Casa Civil, Rui Costa, um dos mais influentes aliados de Lula. A VLI e o governo baiano vivem uma relação bastante conturbada. A gestão de Costa apertou o cerco à companhia pelo mau estado de conservação da Ferrovia Centro-Atlântica no estado e pelos diversos trechos inoperantes no estado, notadamente de Alagoinhas a Juazeiro. Entre outros impactos, o governo baiano alega que a falta de manutenção na ferrovia tem inviabilizado investimentos, por exemplo, na área de mineração. A estatal Companhia Baiana de Pesquisa Mineral chegou a acionar a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria de Infraestrutura e a enviar ofícios à ANTT questionando a gestão da VLI – conforme o RR informou.

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