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Não por acaso, o agronegócio será um dos temas fulcrais da visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na primeira semana de dezembro. Com uma produção agrícola local incapaz de atender à demanda interna, as grandes tradings japonesas têm investido cada vez mais no Brasil em busca do grão de cada dia. Que o diga a Toyota, certamente um nome que estará sobre a mesa de negociações durante a passagem de Dilma Rousseff por Tóquio. Um ano após pagar US$ 900 milhões pela NovaAgri, a Toyota Tsusho Corporation, divisão agrícola do grupo, semeia mais uma aquisição no Brasil: o nome da vez é a Cantagalo General Grains (CGG), controlada por Josué Gomes da Silva e demais herdeiros de José de Alencar. A negociação envolve a compra não apenas dos 48,5% pertencentes aos acionistas da Coteminas, mas também dos 46% compartilhados entre outros três investidores, o fundo americano Valor Grais e as brasileiras Agrícola Estreito e GFN Agrícola. Dos sócios atuais, permaneceria apenas a também nipônica Sojitz. O que está por trás da investida é o firme propósito da Toyota de montar uma grande operação verticalizada no Brasil, aproveitando-se dos incentivos que virão dos bancos de fomento do Japão. Segundo uma fonte familiarizada com os números e movimentos do grupo no país, os japoneses estão dispostos a investir mais de US$ 1,5 bilhão em um projeto integrado que combina propriedade de terras, produção e distribuição de grãos e logística portuária. Caso a compra da Cantagalo seja sacramentada, a Toyota adicionará mais 150 mil hectares à sua base de produção no país, em sua maioria áreas utilizadas no plantio de soja, milho e algodão. Herdará também a CGG Trading, subsidiária da empresa que movimenta mais de US$ 1,2 bilhão por ano em contratos de exportação de grãos – a Sojitz responde por mais de um terço dessas operações, o que justifica a sua permanência no negócio. Além disso, os japoneses reforçarão sua posição societária no consórcio que controla o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui, onde desembarcaram no ano passado com a compra da NovaAgri. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Cantagalo e NovaAgri.
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