Reforma da Tecnisa avança em clima de guerra fria

  • 20/01/2017
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A reestruturação da Tecnisa tem sido extraída a fórceps pelos minoritários. É cada vez maior o incômodo com o empresário Meyer Joseph Nigri, fundador e principal acionista da construtora. As críticas, por ora feitas à boca pequena, vêm principalmente de Elie Horn, dono da Cyrela, que, desde junho do ano passado, já aportou mais de R$ 200 milhões na construtora.

Com 13,6% do capital, Horn tem o apoio de outros investidores pesos-pesados, a Dynamo e a Geração Futuro, de Lírio Parisotto, para mudar a gestão arcaica da Tecnisa. Nesse caso, sua força duplica: junto, o trio detém 26% da companhia. Mas todos esbarram em uma rocha: Meyer Nigri e suas idiossincrasias.

Nos últimos meses, meio que premido pelos números, pelas circunstâncias do mercado e pela pressão dos minoritários, Nigri fez algumas concessões. A Tecnisa fechou o escritório de Fortaleza e, em breve, fará o mesmo com as representações de Curitiba, Brasília e Manaus. Devolveu um andar inteiro na sede da Faria Lima, que estava ocioso. Boa parte dos projetos previstos para fora de São Paulo foi cancelada – a ordem é dar prioridade a empreendimentos na capital paulista voltados ao público de mais alta renda.

Como quem tomou um remédio amargo e não quer repetir a dose, Meyer Nigri acha que as decisões adotadas já estão de bom tamanho. Só que, do lado oposto, Elie Horn e os fundos de investimento querem muito mais, como a redução do banco de terrenos da empresa, hoje da ordem de R$ 6,5 bilhões. Se neste momento tal possibilidade estivesse ao seu alcance, o dono da Cyrela já teria partido para o take over da Tecnisa.

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