Warning: Undefined array key 0 in /home/relatorioreservado/www/wp-content/themes/relatorio-reservado/components/materia.php on line 12

Warning: Attempt to read property "cat_name" on null in /home/relatorioreservado/www/wp-content/themes/relatorio-reservado/components/materia.php on line 12

Que Tarcisio Freitas beba na fonte de Eliezer Batista

  • 5/01/2022
    • Share

Se o coronel Tarcísio Freitas quiser dar um ordenamento na logística do país, poderia desencavar na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) o acervo de projetos deixados lá pelo então titular da Pasta no início dos anos 90, o engenheiro Eliezer Batista, que dispensa apresentações. Quando foi convidado para comandar o super Ministério pelo então presidente Fernando Collor, Eliezer, com seu jeito meio mal criado, afirmou: “Só vou se for para fazer o que o Brasil precisa, e não o que o governo acha politicamente necessário”. Ganhou carta branca e deixou prontos mapas e planos para o desengargalo da logística nacional, de quebra incluindo uma reestruturação da geoconomia da federação, ambos à luz do conceito avançado e ainda pouco conhecido da gestão integrada do território.

Eliezer não levava os economistas muito a sério, o que seria um ponto em comum com Tarcísio Freitas. Nas sextas-feiras, quase invariavelmente, batia ponto no escritório do jurista Jose Luiz Bulhões de Pedreira, no Edifício Cândido Mendes, no Centro do Rio. Era o dia dos inesquecíveis almoços reunindo ambos, mais o jurista José Luiz Bulhões de Pedreira e o ex-ministro da Presidência, Raphael de Almeida Magalhães. O RR foi convidado algumas vezes. O garçom ficava até enrubescido com a altura das gargalhadas dos presentes, todos construtores do moderno estado brasileiro.

Roberto Campos era um dos que pintava na efeméride. Eliezer adorava dizer que economista “servia somente para ser staff”. Pura blague. Ao que Campos rebatia: “Eu sou seminarista, pouco ortodoxo é bem verdade. A economia veio de segunda mão”. Gargalhadas gerais. O fato que Eliezer não só respeitava os economistas como adorava alguns, tais como o próprio “seminarista” Campos e Mário Henrique Simonsen. O problema é que preferia perder o amigo a perder a piada. Era um iconoclasta. O legado de Eliezer está no governo. Se Tarcísio Freitas quiser buscar um tesouro para leiloar ou autorizar suas concessões dentro de ordenamento logístico que leva em consideração todas as variáveis regionais, é só mandar trazer da SAE. Mas parece que no governo Bolsonaro o suco da contribuição prestado pela melhor tecnocracia vai mesmo para uma garrafa velha e suja, guardada na gaveta da história.

#Eliezer Batista #Tarcísio Freitas

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.

Rolar para cima