Projeto logístico de grandes tradings do agro vira farelo

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Projeto logístico de grandes tradings do agro vira farelo

  • 17/03/2025
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O que se anunciava como um dos maiores projetos logísticos do agronegócio brasileiro está se esfarinhando feito trigo. Segundo informações apuradas pelo RR, ADM e Louis Dreyfus desistiram de se unir a outras grandes tradings para a montagem de um joint venture no transporte rodoviário de grãos. Em breve, quem deve percorrer o mesmo caminho é a Bunge.

Do quinteto original, sobrariam apenas Cargill e Amaggi, que dificilmente conseguirão levar a empreitada adiante. Mesmo com o seu notório tamanho no agro brasileiro, é pouco provável que a dupla tenha escala suficiente para garantir a economicidade da operação. O projeto, ao menos na forma como foi concebido, prevê a aquisição de mais de mil caminhões.

Em um primeiro ano, essa frota seria responsável pelo transporte de aproximadamente 3% da carga total de grãos movimentada pelas cinco tradings, número que cresceria gradativamente com a compra de novos veículos. E mais: as conversas envolviam ainda a possibilidade, em um segundo momento, de os cinco grupos entrarem conjuntamente na gestão de concessões rodoviárias. Procuradas, ADM, Louis Dreyfus e Bunge não se manifestaram.

A criação da joint venture chegou a ser aprovada pelo Cade, em setembro de 2023, o que parecia ser o empurrão definitivo para a operação sair do papel. Ocorre que o projeto foi idealizado em “outro” Brasil. As conversas começaram em 2022, com uma taxa Selic abaixo dos 11%. Com a Selic a 13,25% – e empinada para atingir 15% no fim do ano, segundo as projeções do último Boletim Focus – todo o racional da operação mudou. Some-se a isso a queda nos preços das commodities agrícolas e os prejuízos acumulados pelas tradings.

 

#Agronegócio #Amaggi #Cargill

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