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Política
Há um burburinho em Brasília sobre possíveis mudanças no comando da Casa da Moeda, inclusive com disputas políticas na base aliada. O PP, de Arthur Lira, quer indicar o novo presidente da estatal. Para isso, trava um cabo de guerra com o PT. O atual presidente da Casa da Moeda, Sergio Perini, foi indicado por um petista puro-sangue, o deputado federal Lindbergh Farias, namorado da ministra Gleisi Hoffmann. A Casa da Moeda sempre foi, historicamente, um estuário de interesses políticos – alguns inconfessáveis. É também um lócus com elevado corporativismo e senso de autoproteção por parte de seus servidores. Essa combinação explica, por exemplo, o fracasso do ex-ministro Paulo Guedes em privatizar a empresa. O próprio Guedes desistiu de dar murro em ponta de faca e, em agosto de 2021, retirou a estatal do Plano Nacional de Desestatização (PND). Se, antes, a estatal se notabilizava por fabricar e rasgar dinheiro, devido aos seus seguidos e expressivos prejuízos, nos últimos anos bem ou mal entrou nos eixos. Em 2023, primeiro ano do Lula III, teve um lucro de R$ 202 milhões, quase nove vezes superior ao resultado de 2022 (R$ 23 milhões). No ano passado, também fechou no azul, ainda que com cifras menores – ganhos de R$ 51 milhões. A interrupção dos prejuízos se deve, sobretudo, à venda de serviços para clientes soberanos, leia-se a impressão de cédulas e passaportes para outros países. Ou seja: ali tem casa e moeda para atiçar a cobiça política de qualquer partido.
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