“Partido das milícias” entra no radar da Justiça Eleitoral

  • 13/04/2022
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O ex-secretário nacional de segurança pública Luiz Eduardo Soares afirmou no Foro Inteligência, em novembro de 2020, que considerava inevitável as milícias terem um número cada vez maior de representantes eleitos para cargos políticos. Talvez a premonição não se consume na mesma dimensão dita por Soares. Mas o “Partido das Milícias” é uma realidade. O presidente do TSE, ministro Edson Fachin, está articulando uma reunião com os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais e autoridades da área de segurança pública.

O objetivo é justamente discutir medidas para mitigar a interferência de grupos milicianos nas eleições. Fachin tem um dedo invisível apontado sabe-se para quem. Segundo a mesma fonte, os ministros do TSE estão debruçados sobre relatórios da área de Inteligência das forças de segurança de cinco estados que apontam para uma crescente ação das milícias nas redes sociais. Um exemplo de expediente cada vez mais usado: criminosos têm se infiltrado em grupos de moradores nas redes sociais e utilizado aplicativos de mensagens não apenas com o objetivo de pedir votos para seus candidatos, mas para disseminar fake news e fazer ameaças a eleitores.

O Rio de Janeiro é referência em práticas dessa natureza. Procurado pelo RR, o TSE não se manifestou. A interferência das milícias no processo eleitoral brasileiro mobiliza também organismos internacionais. Em fevereiro, a OEA enviou um relatório ao ministro Luis Roberto Barroso, então presidente do TSE, sobre a influência do crime organizado nas eleições no país. O estudo foi produzido a partir do trabalho de observadores internacionais da OEA, que acompanharam, in loco, os dois turnos das eleições de 2020 no Brasil.

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