Afinal, qual é a do “banqueiro” André Esteves?

  • 31/05/2021
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Para quem pensa que André Esteves está brincando de mídia, uma informação revela o quanto a sua investida no setor é para valer: segundo o RR apurou, o banqueiro teria sondado o ministro Fabio Faria para comandar as operações do BTG na área de comunicação. A fonte é a mesma que informou à newsletter sobre as conversações conduzidas por Esteves para a compra do SBT – ver edição de 6 de maio. Faria passaria a ser uma espécie de Walter Clark do conglomerado que o banqueiro pretende montar no segmento de mídia. Esteves, ressalte-se, já é dono da
revista Exame e negocia a aquisição da holding Universa, que, além da consultoria Empiricus, controla os portais de notícias MoneyTimes e Seu Dinheiro. Poderá ainda ampliar seu acervo de títulos na mídia impressa com a compra de outras publicações da Abril, a partir da conversão de créditos contra a editora. Mas a joia da coroa desse conglomerado de ativos de comunicação seria mesmo o SBT. Neste caso, Fabio Faria nem sequer precisaria se familiarizar com o negócio: ele é genro de Silvio Santos.

O banqueiro é uma águia. Com a eventual compra do SBT e a presença do atual ministro das Comunicações, Fabio Faria, ao seu lado, André Esteves reforçaria suas pontes com Jair Bolsonaro na hipótese de reeleição. E se der Lula? Nenhum problema. O banqueiro sempre esteve próximo do petista durante o seu governo, guiado pelo seu então parceiro Guido Mantega. Aliás, não custa lembrar que o presidente do Conselho do BTG, Nelson Jobim, foi o anfitrião da recente reunião entre Lula e FHC.

A forte presença na mídia seria um trunfo do conglomerado financeiro de André Esteves, encabeçado pelo BTG/Banco Pan, para fazer uma nova legião de clientes bancários. Todas as publicações e, sobretudo, o SBT seriam uma valiosa plataforma para a oferta de produtos financeiros. Ao mesmo tempo, Esteves também se aproveitaria do advento do open banking e das possibilidades que ele traz a reboque, a começar pela portabilidade das informações bancárias. Ressalte-se que, nos últimos meses, o BTG comprou a corretora Fator, a participação da Caixa no Pan, a Necton Investimentos, a fintech Kinvo, além de ter selado uma parceria com a Mosaico, dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro. O banco está ainda fechando uma joint venture com a Totvs na área de crédito – conforme foi publicado, ontem, na coluna de Lauro Jardim -, certamente com o objetivo de tornar a sua operação ainda mais tentacular. Na última quinta-feira, o RR enviou uma série de perguntas ao BTG sobre as informações tratadas na matéria. No entanto, o banco não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Entre os planos de Esteves estaria também um projeto de bancarização online na Região Nordeste, que ainda carrega alto índice de pessoas fora do sistema financeiro. Algo que casa tanto com Lula quanto com Bolsonaro. Com mídias, bancos e inserção política, só falta Esteves querer ser ministro da Fazenda. E mais o RR não diz…

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