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Política externa
Até ontem, no início da noite, o chanceler Mauro Vieira ainda não havia confirmado se participará ou não da Assembleia Geral da OEA, que começa amanhã, em Assunção. A princípio, a delegação brasileira será chefiada pela secretária-geral do Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha. No próprio Ministério das Relações Exteriores, a possível ausência de Vieira é interpretada como um sinal de que o governo brasileiro espera uma conferência morna, sem deliberações de maior peso.
E há um racional geopolítico por trás dessa previsão. Está será a última Assembleia Geral da OEA antes das eleições presidenciais norte-americanas, em novembro. A tendência é que o Brasil e demais países membros da Organização adotem uma postura mais cautelosa até o resultado do pleito. A OEA dança conforme a playlist da Casa Branca. E a trilha sonora do Trump I ainda ecoa na entidade.
O governo Donald Trump trabalhou para enfraquecer a instituição, como de resto quase todas os organismos multilaterais. O ex-presidente norte-americano sempre demonstrou desprezo por essas instituições. No caso da OEA, o projeto de fragilização envolveu, inclusive, uma tentativa de asfixia financeira, com cortes de US$ 210 mil em financiamentos – sob a alegação de que Agência atuava em prol do aborto. Nesse contexto, há uma corrente na diplomacia brasileira, entre a qual o próprio chanceler Mauro Vieira se inclui, de que não é momento de fazer marola na OEA.
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