O xadrez eleitoral de Aras no MPF

  • 3/05/2021
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Augusto Aras parece já estar pressentindo o pior, ou seja, que será preterido por Jair Bolsonaro para a vaga no STF. Antevendo sua eventual permanência na Procuradoria Geral da República, Aras tem se movimentado nos bastidores para vencer as eleições do Conselho Superior do Ministério Público (CSMPF), previstas para este mês. O PGR considera fundamental inverter o perfil do colegiado, hoje majoritariamente de oposição a sua gestão – são seis conselheiros contrários a ele de um total de dez. Segundo o RR apurou, Aras deverá apoiar as candidaturas das subprocuradoras Lindôra Araújo e Mônica Garcia. A segunda é tida como de perfil mais independente. Já Lindôra são os olhos e ouvidos de Aras no MPF.

O xadrez eleitoral do Conselho Superior é estratégico para a sequência do mandato de Augusto Aras e para a sua própria recondução ao cargo de procurador-geral, em setembro. Dos quatro conselheiros com mandato prestes a se encerrar, dois não podem mais ser reeleitos: Luiza Cristina Frischeinsen, ferrenha opositora do PGR, e Alcides Martins, seu maior aliado no CSMPF. Aras precisa emplacar dois nomes da sua confiança nessas vagas. Mais difícil será encontrar um candidato forte para derrubar os subprocuradores José Adonis Callou de Sá e José Elaeres Marques Teixeira, favoritos à reeleição. Ambos fazem oposição ao PGR. O caso de Elaeres, por sinal, é curioso: o subprocurador era aliado de Aras, mas rompeu com ele. Hoje, é bastante próximo de Nicolau Dino, irmão do governador Flavio Dino e talvez o principal adversário do PGR no Ministério Público.

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