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Governo estuda criação de Conselho Superior do Clima

  • 17/05/2024
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Na esteira da tragédia humanitária do Rio Grande do Sul, o alto-comando do governo retomou as discussões em torno da criação de um Conselho Superior do Clima. A nomenclatura não é mera força de expressão. O órgão seria superior mesmo e não um outro “Conselhão da vida”, que está mais para peça decorativa. Além do próprio presidente da República, o colegiado incluiria os presidentes da Câmara, do Senado e do STF, assim como os ministros do Meio Ambiente, Fazenda, Casa Civil e TCU. A alta representatividade e o número reduzido de participantes teriam por objetivo fazer o conselho funcionar de verdade, agilizar decisões e criar, com isso, a percepção de que a iniciativa não é mais uma obra de ficção ou uma operação de marketing político.

A inspiração do novo ente seria a do gabinete do ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda, que reunia em uma mesa o vice, secretários de estado, advogados e engenheiros, além de integrante do TCE e outras autoridades transversais aos projetos. Todos somente se levantavam depois de digerir os planos, debatê-los e sair com a aprovação sem arestas e com prazos bem definidos. A medida parece positiva por todos os ângulos: cria um fast track para iniciativas na área ambiental e outras afins que não saem do papel ou ficam restritas a verborragia vazia; seria um case a mais para desfilar na COP30; envolveria frente a frente as autoridades maiores do país (ou do setor), de forma a criar consensos e unanimidades; e, finalmente, faria andar a olhos vistos as decisões de governo que ficam na gaveta dos perdidos – e nunca mais achados – ou entregues ao Deus dará (vide os PACs de Dilma Rousseff).

No pacote, segue junto um bônus para o presidente e um bom motivo para que ele se mexa com mais vigor: o Conselho Superior do Clima seria mais uma tribuna política, combinando a periodicidade mais curta dos eventos e as condições concretas de fazer as ações andarem. Menos blá blá blá, e mais o arregaçar das mangas. A ideia é do “Primeiro Ministro” Rui Costa. Lula gostou, conforme apurou o RR. Mas sabe como é… A trilha sonora do presidente é a música de Martinho da Vila: “É devagar, é devagar, é devagar, é devagar, devagarinho”.

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