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Destaque
Gabriel Galípolo deve estrear na presidência do Banco Central quase que junto com um “companheiro de viagem”. O economista Eduardo Moreira é pule de dez para compor a diretoria do Banco Central no início de 2025. Ele assumiria a vaga da atual diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina Assis, que antes ocupava a diretoria de Administração da autoridade monetária. Carolina deixa o BC em 31 de dezembro deste ano. Uma vez confirmada sua nomeação, Moreira tem tudo para ser o mais “sincrético” diretor da história do BC.
Além de uma carreira bem-sucedida no mercado financeiro, escreveu 10 livros, entre eles dois best sellers. Ambos alcançaram o primeiro lugar nas listas de mais vendidos do Brasil: “Encantadores de Serpentes”, no qual descreve os métodos de Monty Roberts, um dos mais famosos domadores de cavalos do mundo, e “O que os Donos do Poder não querem que Você Saiba”. Moreira também é formado como roteirista pela New York Film Academy. Em 2017, o ex-banqueiro estreou como dramaturgo ao escrever a peça infantil “Branca de Neve e Zangado”, e foi um dos mais cotados para vencer o prêmio Femsa de teatro, na categoria Revelação.
Da mesma forma que o atual presidente, Roberto Campos Neto, que foi diretor da área de Tesouraria no Santander, Eduardo Moreira ocupou função similar no Pactual, atual BTG. O combate à violência contra cavalos rendeu dividendos ao economista até junto à realeza. Em 2012, ele foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II, em cerimônia no Castelo de Windsor, no Guards Polo Club, durante a final de um campeonato de polo. Moreira é um desses personagens que parece não existir.
Em 2015, lá estava ele de novo no Castelo de Windsor, mais uma vez a convite da rainha Elizabeth II, para apresentar, junto a Sua Majestade e ao próprio Monty Roberts, um certificado de mérito ao ex-comandante da Academia de Polícia do Barro Branco (SP), José Maurício Peres.
O economista foi indicado pelo ex-presidente da Petrobras Jean Paulo Prates para uma das cadeiras do Conselho de Administração da Petrobras. Mas acabou ficando de fora. Afinadíssimo com o pensamento do presidente Lula, soltou uma frase afiada que define bem sua posição política: “O que a Petrobras está fazendo? Ela está servindo ao seu país gerando emprego, gerando oportunidade, gerando desenvolvimento”? Não, ela virou uma saqueadora para servir uma meia dúzia”.
Lula não diria uma vírgula de diferente. Moreira foi o balão de oxigênio do mercado, ao participar junto com o seu probabilíssimo futuro chefe, Gabriel Galípolo, de uma reunião reservada entre o presidente da República, seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os economistas do PT, Guido Mantega, Luiz Gonzaga Belluzzo e Luciano Coutinho. O encontro foi revelado pela colunista do Valor, Maria Cristina Fernandes. Na comparação com o histórico dos presentes, Moreira não parece nem com Roberto Campos Neto, mas com Roberto Campos avô.
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