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A inteligência militar procura rastrear quem são, quais as motivações reais e a extensão da suspeita claque defensora de uma intervenção autoritária no país. O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Sergio Etchegoyen, tem recebido relatórios assíduos produzidos a partir de dados do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que congrega 38 órgãos públicos – da Polícia Federal às PMs estaduais, passando pela área de telecomunicações. O trabalho tem se concentrado no mapeamento dos manifestantes, seja aqueles que defendem, com franqueza d´alma, a entrada em cena das Forças Armadas, seja os agitadores que se apoderam da causa da intervenção militar. Esses últimos estão diluídos em várias manifestações pró-Forças Armadas. A aparição mais retumbante foi a invasão do plenário da Câmara na semana passada por um grupo autodenominado de “Os patriotas”. São bolsões radicais, porém, tudo indica, não sinceros, percepção reforçada pela intensificação do trabalho de campo, notadamente a infiltração de agentes nos protestos.
Os militares não confundem alhos com bugalhos. Sabem que têm uma representação democrática e transparente, encarnada no deputado Jair Bolsonaro. Mas o capitão-parlamentar e seus partidários e seguidores não vocalizam a intervenção militar como meta, mesmo porque estariam na contramão da vontade manifesta pela esmagadora maioria dos Altos Comandos, incluindo os oficiais mais duros. As investigações preliminares conduzem para a conclusão de que os grupos mais excitados pertencem a uma extrema direita diminuta, com alta capacidade de ressonância devido à circunstância psicossocial do país, de corte anárquico, mal organizada, ciosa dos seus símbolos de poder, saudosa do regime totalitário.
Os militares estão vaidosíssimos pelas convocações para participarem de missões com forte empatia junto à população – a exemplo da Olimpíada e de campanhas de erradicação de epidemias; com as pesquisas que atestam maior credibilidade das Forças Armadas em relação aos demais estamentos da República; e com o sentimento de que sua presença nas ruas, quando chamados a garantir a segurança pública, é muito bem vista pela população. Mas daí a assumir o comando-em-chefe da Nação vai uma distância galáctica.
A postura permanente é a de guardião de última instância. A ideia é manter uma certa tensão administrada em momentos de crise da ordem. É o “vou, não vou, vou, mas não vou”. Esse comportamento bem calibrado vem resultando em um upgrade da imagem institucional das três Forças, com reflexos positivos nos pleitos feitos junto ao aparelho de Estado. Os militares, apesar do discurso público em defesa da “Revolução de 64”, consideram que têm uma oportunidade única para mitigar o estrago que a ditadura dos porões fez na corporação. Não há mais guerra fria, não há mais inimigo ideológico da Nação. Os inimigos são inimigos das gentes, inimigos de classe, inimigos do povo.
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