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Política
O seguro-defeso acabou virando um arpão contra o próprio governo. Além do recuo em relação às novas e rígidas regras de pagamento do auxílio, conforme já admitido pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Ministério da Pesca e o Ministério do Trabalho discutem adiar as mudanças no processo de homologação dos benefícios, previstas para este mês. Há forte pressão de parlamentares e de prefeitos pela postergação. Com as novas normas, a homologação deverá ser feita diretamente pelos municípios, a partir de um sistema centralizado criado pela Dataprev. As prefeituras, no entanto, alegam não terem tido tempo hábil para se adaptar à plataforma. Há ainda divergências em relação ao cadastro dos pescadores habilitados a receber o auxílio. De acordo com a PEA (População Economicamente Ativa) do IBGE, há cerca de 500 mil trabalhadores no setor da pesca artesanal no país, contudo, o número de beneficiários cadastrado está em 1,9 milhão, segundo o Ministério da Pesca. Ao que parece, há mesmo muitos furos nessa rede. Entre janeiro e abril deste ano, o valor pago aos pescadores artesanais chegou a R$ 4 bilhões, 57% superior ao montante desembolsado nos quatro primeiros meses de 2024.
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