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A um ano da eleição, os governadores-presidenciáveis da direita parecem disputar quem é capaz de distribuir mais afagos ao agronegócio, uma de suas principais bases políticas e sabidamente um território hostil a Lula. O plantio da vez se dá pelas mãos de Tarcísio de Freitas e de Ronaldo Caiado.
Segundo informações filtradas pelo RR, o governo de São Paulo prepara o lançamento de mais dois Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), que, juntos, devem passar de R$ 1 bilhão. Os fundos combinarão recursos públicos e privados, com a oferta de cotas ao mercado.
Não é a primeira vez que a gestão Tarcísio faz uso desse mecanismo. O que chama a atenção, agora, é a cifra envolvida. Em maio, o governo de São Paulo criou outros dois Fiagros, mas com valores bem mais modestos – R$ 115 milhões, no total.
Parafraseando o Velho Guerreiro Chacrinha, na política, assim como na TV, nada se cria, tudo se copia. O governador Ronaldo Caiado também prepara o lançamento de um Fiagro, que seria voltado prioritariamente a pequenos e médios produtores.
Assessores de Caiado discutem ainda a hipótese de criação de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), lastreado em recursos públicos, para financiar a cadeia do agronegócio. Ressalte-se que, em agosto, o governo de Goiás já anunciou o lançamento de um FIDC carreado a partir de créditos de ICMS. A iniciativa contemplou a oferta de R$ 800 milhões para diferentes setores da economia. Caberá ao agro a maior fatia, em torno de R$ 300 milhões, ou seja, mais de um terço do valor total.
Parece haver um movimento coreografado entre governadores postulantes ao Palácio do Planalto, tamanho o sincronismo na criação de instrumentos extraordinários para a concessão de crédito ao agronegócio, para além de programas e recursos já previstos nos respectivos orçamentos.
Assim como Tarcísio Freitas e Ronaldo Caiado, Ratinho Jr. e Romeu Zema já anunciaram iniciativas semelhantes. Em junho, o governador do Paraná lançou Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, em parceria com instituições financeiras privadas, com a garantia de juros abaixo do mercado. O edital do primeiro lote de FIDCs superou R$ 1 bilhão. Pouco depois, o governo Zema criou um Fiagro de R$ 150 milhões para financiar o agronegócio mineiro.
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