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A Alpargatas, controlada pela família Moreira Salles, prepara uma reestruturação em seus negócios na Europa, com mudanças na própria gestão. Segundo informações filtradas da empresa, as medidas devem atingir a vice-presidência para Europa, Oriente Médio e África, comandada por Leandro Medeiros. Com o apoio de uma consultoria externa, a Alpargatas já identificou falhas de planejamento que são debitadas na conta de Medeiros e de sua equipe.
De acordo com a fonte do RR, houve um superdimensionamento da demanda para o primeiro semestre deste ano, com projeções comerciais que acabaram não se concretizando. No segundo trimestre, por exemplo, as vendas na Europa foram 22% inferiores ao volume registrado em igual período de 2022. Como resultado, a fabricante da Havaianas ficou com um nível de estoques significativamente acima da média, com a consequente disparada dos custos operacionais.
Uma dimensão do impacto sobre os resultados da Alpargatas: o aumento das despesas fixas com armazenagem corroeu 4,7 pontos percentuais da margem bruta da operação internacional da companhia. O RR encaminhou uma série de perguntas à Alpargatas, mas a empresa não quis se manifestar. A reorganização da divisão internacional, com foco notadamente na Europa, é desdobramento de mudanças no topo da cadeia de comando da Alpargatas, que agora começam a se espraiar por outras áreas.
Em maio deste ano, Roberto Funari deixou o cargo de CEO. Desde então, a função vem sendo ocupada interinamente por Luiz Fernando Edmond. Caberá a Edmond a missão de arrumar a casa para o seu sucessor. Tudo isso em meio a resultados negativos e à desconfiança dos investidores. No primeiro semestre deste ano, a Alpargatas teve um prejuízo de R$ 252 milhões, contra um lucro de R$ 97 milhões no mesmo período em 2022. No mesmo intervalo, o Ebitda despencou de R$ 344 milhões para R$ 69 milhões. A bolsa não perdoa: desde o início do ano, a Alpargatas já perdeu quase 50% do seu valor de merca
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