Economia

Depois de Roberto Campos, o BNDES virou pau para qualquer obra

  • 15/08/2024
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Durante anos a fio, diversos opiniáticos da área econômica diziam que se o então BNDE estivesse dando lucro, estava tudo errado. Vale aqui a redundância: o banco de fomento, desde os idos do seu criador, Roberto Campo, o avô, tinha sido pensado para fomentar.  Uma gota de lucro queria dizer o descumprimento da sua função. Durante o governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes,  mandou os pruridos às favas e transformou o banco em um acessório de transferência de renda para o Tesouro. Fomentar, que tinha sido o leitmotiv da sua criação, virou um detalhe. Os agentes econômicos? Que buscassem o mercado de capitais para se financiar. Agora, no governo Lula, o BNDES voltou a realizar lucro. Seu presidente, Aloizio Mercadante, de forma exultante, declarou que vai repassar mais de R$ 15 bilhões ao Tesouro para colaborar com a Fazenda no esforço de equilíbrio das contas públicas. Mercadante foi um dos economistas do PT indignados com a metamorfose do banco da Avenida Chile em vaca leiteira do Tesouro Nacional. Não seria improvável que Paulo Guedes, em suas caminhadas diárias pelo calçadão do Leblon, murmurasse para si mesmo: “Fiz melhor do que eles, transferi centenas de bilhões que poderiam ser dedicados a empréstimos ao setor real da economia.”

#BNDES #Ministério da Fazenda #Roberto Campos

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