Correios podem ter uma privatização de meia-tigela

  • 16/09/2019
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O governo estuda garantir uma reserva de mercado nas operações dos Correios com o setor público. A medida é contraditória com o ideário liberal da equipe econômica, que considera nociva a exclusão da concorrência. Mas os Correios são um negócio difícil de passar para frente mesmo que a valores bastante reduzidos. A bem da verdade, o governo vem trocando os pés pelas mãos quando se trata do marketing de venda dos seus ativos. Com os Correios, tem passado do limite. Um analista ouvido pelo RR afirma que o comprador da empresa está levando a longo prazo uma imobiliária, ou seja, imóveis e mais imóveis. A atividade de entrega de objetos e documentos tende a ser dizimada pela competição, tecnologicamente muito mais abalizada.

O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se esmerado em desqualificar os Correios. Já disse que a empresa “é um poço de corrupção” e que “ninguém mais vai escrever cartas”. Nenhuma palavra favorável ao ativo privatizável. É difícil mesmo elogiar a estatal. Nos últimos quatro anos, a companhia só deu prejuízos. É bem provável que Paulo Guedes e seus blue caps estejam no fundo querendo se livrar de um buraco orçamentário bem mais do que acrescentar um montinho na arrecadação com as privatizações. No caso, qualquer valor de outorga seria bem vindo. Habilitem-se os que quiserem disputar a aquisição. No portfólio ainda podem levar alguns telégrafos pertencentes ao centro cultural e o museu da entidade.

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