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Braga Netto pode comandar a segurança pública em São Paulo

  • 23/11/2022
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Nem Ricardo Salles, nem Mario Frias. O principal candidato a representar o “bolsonarismo raiz” no governo de Tarcísio Freitas é o general Braga Netto. O nome do ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na última eleição vem ganhando força para assumir a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O general teria sob o seu comando a Polícia Civil, a Polícia Militar, além da Polícia Rodoviária Estadual – vinculada à própria PM. Ou seja: passaria a chefiar o maior efetivo de segurança pública do país, com mais de 110 mil agentes na ativa. Para efeito de comparação, algo equivalente a um terço do Exército, que soma aproximadamente 340 mil militares.  

Braga Netto é do ramo. Em 2018, comandou a intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro. Uma de suas principais missões seria o combate ao crime organizado, notadamente ao PCC, por diversas vezes apontado como prioridade por Freitas durante a campanha eleitoral. A presença de um general do Exército na Pasta seria um forte recado da adoção de uma linha mais dura na política de segurança do próximo governador. 

Os maiores impulsos para a nomeação de Braga Netto, como não poderia deixar de ser, vêm do presidente Jair Bolsonaro e de seu núcleo mais próximo, leia-se os generais palacianos. Além do próprio Tarcísio de Freitas, o general seria mais uma peça importante no esforço de Bolsonaro para consolidar um grupo político no maior colégio eleitoral do país. Braga Netto, no entanto, está longe de ser um consenso no círculo político de Freitas. Entre os assessores do futuro governador, há quem defenda uma mudança de rota no comando da segurança pública, hoje já chefiada por um general da reserva do Exército, João Camilo Pires de Campos. Uma das recomendações quem vem sendo soprada no ouvido de Freitas é o fortalecimento da Polícia Militar, com a indicação de um oficial da corporação para a Secretaria de Segurança Pública. Um dos nomes citados é o do atual comandante da PM paulista, coronel Ronaldo Miguel Vieira. Na equipe do futuro governador, há ainda vozes favoráveis a um modelo totalmente diferente, com a extinção da Secretaria de Segurança e o empoderamento dos chefes da Polícia Militar e Civil, que passariam a responder diretamente pela área. Seria uma repetição da estrutura adotada pelo governador do Rio, Claudio Castro.  

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