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Cenibra é o Rashomon da celulose

  • 20/12/2010
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Assim como em Rashomon, uma das obras de referência de Akira Kurosawa, há formas diferentes de se contar a história da expansão da Cenibra. A versão oficial é que, após sucessivos adiamentos, o projeto de duplicação da fábrica de celulose de Belo Oriente (MG) foi retomado. No entanto, entre os próprios acionistas da companhia uma miríade de investidores japoneses há quem diga que o empreendimento não sai do papel em menos de cinco ou seis anos. O motivo seriam as discordâncias entre os acionistas da Cenibra reunidos no consócio Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development (JBP) em relação ao custo do projeto. Após tantas idas e vindas, o valor total já está na casa de US$ 1,5 bilhão. Também não estará de todo errado quem contar esta história pela ótica das limitações da companhia em relação a  matéria-prima. A Cenibra não dispõe de ativos florestais suficientes para dar suporte ao aumento da produção de 900 mil para mais de 1,9 milhão de toneladas de celulose por ano. Há ainda a versão de que os japoneses estão com um pé atrás devido a s oscilações do preço da commodity no mercado internacional e ao exagerado aumento da oferta do produto. Só no Brasil, por exemplo, existem outros cinco grandes projetos de aumento da produção de celulose, a cargo de Suzano, Fibria e a chilena CMPC. A ampliação da fábrica de Belo Oriente é conhecida como uma das maiores novelas da indústria de celulose no Brasil. O ex-presidente da Cenibra, Fernando Henrique da Fonseca, anunciou o projeto duas ou três vezes. Seu sucessor, Paulo Eduardo Brant, chegou ao cargo em abril fazendo a mesma promessa.

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