Sócios da Positivo Educação divergem até no acordo

  • 29/07/2015
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Se há um consenso entre as várias famílias que controlam a Positivo Educação é de que o momento é oportuno para passar adiante o negócio. Até aí morreu Neves. A questão é a qual preço. A empresa está entre as dez maiores do setor, reúne 30 mil alunos, colégios, universidade, lucro anual entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões desde 2010 e taxa de crescimento de receita superior a 20%. A ânsia vendedora se explica pela acelerada consolidação do setor educacional no país, com a entrada em massa de grandes grupos internacionais que não param de comprar. A preocupação dos sócios da Positivo, à  frente o fundador Oriovisto Guimarães, tendo como fiel escudeiro seu filho Lucas, é perder o bonde. Aliás, melhor seria dizer continuar perdendo o bonde. Oriovisto se reuniu com uma trinca de gestoras norte-americanas pesopesado – Texas Pacific Group (TPG), General Atlantic e Carlyle, que juntas administram nada menos do que US$ 280 bilhões em ativos. De sobra, ainda houve conversa com o fundo Gera, de Jorge Paulo Lemann. Pena que pode ter sido tudo à  toa. As mesmas famílias que querem vender não se entendem sobre o valor a ser cobrado. Todos os interessados ofereceram em torno de R$ 1 bilhão, mas o montante é considerado café pequeno pelos sócios Samuel Lago e Rodrigo Formighieri e seus respectivos parentes. O dilema é que ninguém tem maioria absoluta do capital, bastante pulverizado. Os maiores acionistas têm 15% cada um. O desentendimento sobre valores mais parece uma sina ou uma saga familiar. Há dois anos, a história se repete. Oriovisto tem tentado usar sua ascendência, digamos, histórica, para convencer os sócios a encontrar um denominador comum. Contratou o BTG Pactual para fazer uma reestruturação na gestão da companhia, profissionalizar tudo e apresentar uma proposta financeira. Procurada pelo RR, a Positivo limitou-se a dizer que “não tem conhecimento de tais informações”. O banco deve apresentar uma solução que idealmente precifique melhor o ativo e atenda às expectativas de todos os sócios controladores. A solução mais desenhada é fazer uma oferta privada (private placement) com base em um valuation acima de dez vezes o Ebitda. A opção seria uma alternativa ao IPO, defendido por sócios anteriormente. Parece simples, não? Mas vá fazer os “positivos” se entenderem. Até hoje essa foi uma missão inglória.

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