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Quantos Neymar seriam necessários para higienizar a imagem de uma companhia estigmatizada por cortes de investimento, demissões, processos milionários na justiça trabalhista, denúncias de suborno a autoridades (ver RR no 5.042) e uma reestruturação que parece não ter fim. Talvez nem Pelé conseguisse tamanha proeza. O fato é que, justo no momento em que negocia um acordo de patrocínio com a CBF no valor de aproximadamente R$ 10 milhões, o Walmart ensaia uma brusca guinada em sua gestão. O grupo está prestes a nomear um executivo egresso da matriz para a presidência da subsidiária, no lugar de Guilherme Loureiro. A medida representa uma intervenção do Walmart na operação brasileira. Para os norte-americanos, está mais do que provado que a tropicalização da gestão da subsidiária não funcionou. A maior prova é o interminável rodízio de nomes no cargo de presidente desde o fim da década passada, um cenário bem distinto daquele observado nos primórdios do Walmart no Brasil. Durante seus 11 primeiros anos no país, a rede varejista teve apenas um CEO, o espanhol Vicente Trius, que, antes, havia feito carreira nos Estados Unidos. Depois da saída de Vicente Trius, o Walmart passou a apostar apenas em executivos locais – o cubano Hector Nua±ez, que ocupou o cargo entre 2008 e 2010, mora no Brasil desde o início da década de 90 e entra nesta conta. Desde então, ninguém esquentou a cadeira. Guilherme Loureiro é o terceiro CEO do Walmart Brasil em apenas sete anos. E o que o grupo acumulou nesse período? Prejuízos, erros de gestão, investimentos equivocados, margens declinantes e uma incrível dificuldade para cair no gosto do brasileiro. Este distanciamento, aliás, se manifesta de forma absolutamente corriqueira. Em algumas regiões do país, os consumidores sequer sabem dizer corretamente o nome da empresa – “Valmárti” é a pronúncia mais comum. Haja logomarca na camisa canarinho!
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