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O ministro Aloizio Mercadante é defensor da tese de que o governo deve botar para quebrar, sacudir com ideias, projetos e proposições que transpareçam para a sociedade uma nova fase pulsante da administração pública. Ele chama para si uma parte da missão. Mas ele é só uma andorinha bigoduda e, sozinho, não faz verão. Na Fazenda, Joaquim “Mãos de Tesoura” Levy fará o seu arroz com feijão, que, na primeira hora, levará o governo a parecer refém de uma monocórdia bandinha de pífaros, por mais empoada que pareça ser a política de ajustamento ortodoxo. Da parte de Levy, portanto, é que não virá a tal energia novidadeira. Ele repetirá a velha, a temida e a, até então, recusada política oposicionista, que, no passado, era conhecida como “monetarismo dos Chigago Boys”. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, tem espaço para exercer em parte o drive criativo reclamado. Mas sua função está mais para uma oficina de consertos do que para um centro de fomento e administração de ideias novas, cuja trajetória possa verticalizar do lançamento do balão de ensaio a implementação das medidas. Não bastassem as demandas de sobra, Barbosa tomou um “chega para lá” de Dilma Rousseff quando falou uma vírgula a mais sobre assunto de sua área de competência. Melhor ficar um tempo dizendo tudo sem dizer nada. Mas, é preciso sacolejar, como diz Mercadante, envolver o empresariado com a consulta das suas ideias e resgatar no baú velhas novidades, que preveem maior interação societária entre capital e trabalho; ampliar a rentabilidade empresarial para atrair essa turma para PPPs e concessões – a volta aos investimentos vai exigir “cenouras gordas”; e implantar um programa plural de fundos garantidores juntando governos estaduais, prefeituras e União. Mercadante prega também um choque de transparência e prestação de contas em toda a administração pública, um plano para tornar proativa as relações internacionais do país, notadamente a participação da presidente. Ainda na visão do ministro mais próximo do gabinete presidencial, é fundamental envolver a Nação com o projeto de avanço educacional para que o slogan “Pátria Educadora” não soe como um mote vazio ou enganador do novo mandato de Dilma. Quem testemunhou Mercadante falar sobre o desafio tremeu de júbilo. “É isso mesmo, é isso mesmo”, repetiu. Mas, passado algum tempo, o incauto ouvinte caiu em si. O mesmo Mercadante frenético, defendendo uma usina propulsora de acontecimentos mobilizadores da economia e da sociedade, é a antítese personificada das suas intenções. Alegria de interlocutor do governo dura pouco. Se o papel de promoter não cabe em Mercadante, Levy, Barbosa e, muito menos, em Dilma Rousseff, quem será o catalisador/vendedor das inovações no governo? O animador do debate nacional não passará da idealização de governantes impotentes?
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