Economia
Lula é forte candidato ao “Globo de Ouro da tragédia econômica”
O Ano Novo de Lula começou péssimo. As expectativas tenebrosas não esperaram sequer o espocar do champagne para incendiar o ambiente do mercado. Os analistas em bloco sacramentam que 2025 será o annus horribilis para a economia. E o que é pior: será apenas o rito de passagem para um 2026 ainda mais trágico. Três bombas atômicas já foram colocadas na plataforma de lançamento: a convicção de que o país entrou em modo de dominância fiscal; o risco de que as dúvidas dos analistas no exterior em relação à capacidade de solvência da dívida bruta interna se tornem uma profecia autorrealizável, o que exigiria medidas brutais; e, por fim, a própria condição letárgica e de saúde mais frágil do presidente Lula, o que pode antecipar para 2025 as eleições de 2026, fazendo com que o caldeirão do Congresso entorne lava fervente. Pode ser pior? Pode. Há uma recessão técnica encomendada – dois trimestres de PIB negativo – para o segundo semestre, quando os juros, que sempre horrorizaram Lula, começarão a fazer efeito, desaquecendo a atividade produtiva. Um aumento mais significativo da taxa de desemprego viria a reboque justamente no ano eleitoral.
Mas pode ser ainda pior? Pode, sim. O Boletim Focus de hoje praticamente confirma que a política monetária não dará conta da inflação, prevendo uma Selic de 15% no final de 2025 e um IPCA na beirada dos 5%. O que leva a crer em um corner da política fiscal. A questão é que o tamanho dos cortes de gastos terá de ser maior do que se podia imaginar até meados do ano passado. Para reverter as expectativas e ancorar a inflação, o mercado pode acuar o Ministério da Fazenda, exigindo a geração de um superavit primário na faixa de 2% a 2,5%. Mas cortar o que? Quanto? E com a anuência de quem? O Congresso e os grupos de interesse não parecem dispostos a colaborar com o governo. E 2026 está na esquina. Tudo indica que sobram poucas alternativas a Lula a não ser escrever uma nova Carta ao Povo Brasileiro. A questão maior é se hoje ela seria crível.
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