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Roberto Viana, dono da Petra Energia, tem feito um intrigante ziguezague no jogo do petróleo. Dotado de uma razoável capacidade de mimetismo, parece ter trocado a pigmentação de empresário do segmento de exploração e produção de óleo e gás pela de adviser ou algo que o valha na área de refino. Viana tenta intermediar a entrada da PetroChina no projeto de construção de uma refinaria no Maranhão.
O empreendimento ficaria no terreno reservado para a Premium I, um dos tantos investimentos da Petrobras dizimados pela Lava Jato. No fim do ano passado, o empresário chegou a ciceronear representantes da empresa chinesa em conversas com a ANP e a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE). Ao menos um dos encontros contou com a participação do então ministro de Minas Energia, Fernando Coelho Filho. De lá para cá, as tratativas pouco ou nada avançaram, mas Viana não perde a pose de quem vai colocar o projeto de aproximadamente US$ 10 bilhões no colo dos chineses.
O que ele ou a própria Petra lucraria nesses acordos é desconhecido. Em sua sinuosa movimentação pelos labirintos do setor, Roberto Viana surge como uma espécie de Mario Garnero do petróleo. Assim como Garnero, com a sua Brasilinvest, os projetos de Viana não necessariamente se materializam sob a forma de business. Eles parecem existir apenas para efeito de public relations. O fato é que a movimentação do empresário confunde até mesmo a ANP e a Petrobras e talvez seja esse mesmo o seu objetivo: passar uma imagem de sucesso na área de refino para camuflar o es- farelamento dos seus negócios em exploração e produção.
A Petra atravessa um momento delicado. Dos 30 contratos de concessão, 20 estão suspensos pela própria ANP, em função de atrasos no licenciamento ambiental e ações civis ajuizadas pelo Ministério Público. Procurada, a agência reguladora confirma a suspensão, a fim de evitar que “a fase de exploração seja encerrada sem que o concessionário tenha possibilidade de executar os compromissos contratuais assumidos. Tais contratos têm sua continuidade garantida, assim que os motivos que deram origem à suspensão forem superados.” Cabe lembrar que, nos últimos anos, a petroleira devolveu outras 22 áreas. Entre suas congêneres, há até quem duvide que a Petra ainda exista. No mundo digital, não deixa de ser uma verdade: o site da empresa está fora do ar. Consultada pelo RR, a Petra não quis se pronunciar.
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