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Celulares da Xiaomi tocam bem baixinho no Brasil

  • 30/09/2016
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 A chinesa Xiaomi deve passar como um meteoro pelo Brasil. Apenas um ano após a sua chegada, a gigante asiática da área de tecnologia, com faturamento anual em torno de US$ 25 bilhões, estaria se preparando para deixar o país. Os sinais de despedida vêm dos mais diversos lados. Nos últimos três meses, a empresa teria dispensado mais de uma dezena de funcionários do seu escritório de São Paulo. A produção local de smartphones foi suspensa. De acordo com informações filtradas junto à Vivo, um dos principais parceiros comerciais dos chineses no Brasil, desde junho a Xiaomi vem reduzindo o volume de handsets entregues à operadora. A distribuição de aparelhos para o varejo, notadamente sites de comércio eletrônico como Americanas.com e Submarino, estaria praticamente suspensa. Os novos modelos importados que eram aguardados para meados deste ano sequer chegaram ao Brasil. Procurada pelo RR, a Xiaomi nega que esteja deixando o país. Informa que “apenas decidiu não lançar novos produtos no curto prazo”. A empresa confirma que interrompeu a produção no Brasil devido a mudanças nos incentivos fiscais para a produção local, mas garante que a decisão é temporária. Sobre os cortes de pessoal, a Xiaomi diz que “decidiu centralizar a maior parte do seu know how de marketing e mídia no escritório central, em Pequim”.  Uma das maiores fabricantes de smartphones do mundo e sensação das bolsas asiáticas, com valor de mercado da ordem de US$ 50 bilhões, a Xiaomi chegou ao Brasil com o discurso afiado. Prometia atingir, em poucos anos, o top three do setor, ficando atrás apenas da Samsung e da Apple. Deu tudo errado. No segundo semestre de 2015, os chineses teriam comercializado apenas 35 mil celulares, menos da metade do esperado. Em 2016, mesmo após uma dose extra de investimentos em marketing, a Xiaomi não decolou: de janeiro para cá, as vendas não passaram dos 15 mil aparelhos. Consultada, a empresa informa que não divulga seus números por país. Algumas decisões equivocadas dos asiáticos contribuíram para o mau desempenho. Uma delas, a opção inicial de oferecer smartphones por meio do próprio site e de parceiros quase exclusivos, como a Vivo, em detrimento do varejo convencional.  A se confirmar, a melancólica saída do Brasil talvez seja o primeiro grande fracasso na biografia do empresário chinês Lei Jun, fundador da companhia. Dono de um patrimônio pessoal de mais de US$ 10 bilhões, Jun é chamado de “Steve Jobs chinês” e faz de tudo para alimentar a comparação, a começar pela calça jeans e pela camisa preta que costuma usar na apresentação de seus produtos. Parece uma cor adequada para a passagem da Xiaomi pelo Brasil.

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