Futebol

Vasco pode criar um perigoso “benchmarking” para as SAFs

  • 22/05/2024
    • Share

O litígio entre a direção do clube associativo e a 777 Partners, controladora da SAF do Vasco, tem despertado as mais diversas preocupações no mercado. Além da insegurança jurídica, investidores temem que o contencioso se torne um modus operandi passível de ser replicado em outras Sociedades Anônimas do Futebol. A cada eleição em um clube, com alternância na gestão, o grupo político vitorioso pode criar uma série de situações contra o acionista privado – denúncias, acusações, vazamentos de informações sigilosas, e, sobretudo, judicialização – visando dois cenários: retomar o controle societário da SAF ou forçar o investidor a vender a sua participação. Está segunda hipótese se aproxima do que está acontecendo com a SAF do Vasco neste momento, em que a diretoria da associação, dona de 30% do capital , pressiona a 777 a negociar seus 70%. As tratativas se dão em meio à ação movida pelo clube contra o fundo norte-americano, que resultou em uma inusitada decisão da Justiça: a 4a Vara Empresarial do Rio concedeu liminar, tirando a gestão da SAF das mãos da 777, o sócio majoritário, para entregá-la ao Vasco associação, o acionista minoritário.

O litígio cruzmaltino pode servir de “benchmarking” para outros clubes. Nas duas hipóteses mencionadas acima, independentemente do desfecho, o resultado seria similar: ao entrar em uma briga jurídica contra o acionista privado, a associação abriria caminho para um novo deal de venda da SAF, com a devida contratação de consultorias, bancos de investimentos, escritórios de advocacia e fees milionários rolando de um lado para o outro do gramado. Moral da história: melhor do que vender um clube de futebol, é vender o mesmo clube duas, três, quatro vezes…

#777 Partners #SAF #Vasco

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.