Todo mundo quer um pedacinho de terra no Brasil

  • 11/08/2020
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A bancada ruralista costura com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a votação até outubro do polêmico projeto de lei 2.963/2019, que autoriza a compra de terras por estrangeiros. A ministra Tereza Cristina – ela própria egressa da Frente Parlamentar da Agricultura – também participa da articulação. A proposta ricocheteia no Congresso desde o ano passado. Agora, no entanto, a pressão dos produtores rurais e de proprietários de terra é proporcional à fervura do mercado fundiário e à expectativa de surfar na alta de preços dos ativos.

O solo brasileiro está bastante cobiçado. Em Mato Grosso e Goiás, o preço médio do hectare subiu 25% desde janeiro, notadamente em áreas de plantio de soja e milho. Segundo o RR apurou, em algumas regiões, como nos municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde importantes regiões produtoras de milho e soja, há mais comprador do que vendedor e falta terra para tamanho apetite. Mesmo importantes empresas brasileiras do segmento de propriedades agrícolas, como BrasilAgro, batem tambor pela aprovação do projeto, já vislumbrando uma valorização ainda maior de seus ativos.

A legislação atual tem algumas porosidades. Investidores estrangeiros costumam se associar a investidores locais para transpor as restrições impostas pela legislação vigor. Não por acaso, hoje um dos traders mais agressivos na compra de terras no país seria a trading chinesa Cofco. As enormes amarras, no entanto, impedem a entrada de players como gestoras de investimento, fundos de pensão internacionais ou mesmo fundos soberanos.

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