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A Rumo ALL nasceu no momento em que o Brasil caminhava para um novo e consistente ciclo de investimentos em infraestrutura. Menos de um ano depois, a empresa tornou-se um símbolo do descarrilamento do setor. A companhia de concessões ferroviárias estaria prestes a anunciar um substancial ajuste em seu plano de negócios. De acordo com informações filtradas junto à própria Rumo ALL, os cortes deverão ser referendados na próxima reunião do Conselho de Administração, prevista para 10 de novembro. O programa de investimentos original previa um desembolso de aproximadamente R$ 7,5 bilhões para o período entre 2015 e 2019, valor que se tornou inexequível diante das condições da economia. Segundo o RR apurou, a companhia já teria procurado fornecedores de trilhos e vagões para renegociar contratos e reduzir encomendas. Rubens Ometto e os sócios da antiga América Latina Logística pegaram um comboio pensando estar indo numa direção e acabaram em outra. O plano de negócios da Rumo ALL foi construído com base em projeções para o aumento de volume de cargas que certamente não se consumarão – ainda que 70% de suas operações estejam vinculadas ao agronegócio, por ora imune à retração da economia. Ao mesmo tempo, o programa de investimentos está atrelado a uma série de captações que dificilmente se efetivarão nas atuais condições do mercado. Ressalte-se ainda que a Rumo ALL não vive uma situação financeira das mais confortáveis. Há uma locomotiva vindo na direção contrária: trata-se do aumento da relação dívida líquida/Ebitda. Esta proporção já está em 4,97 vezes, próxima, portanto, do ameaçador patamar de 5,5. Este é o limite acertado com os credores, uma cancela que, uma vez baixada, vai disparar os covenants previstos em praticamente todos os contratos de financiamento da companhia, à exceção dos empréstimos junto ao BNDES.
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