Rubens Ometto deixa alguns trilhos e vagões pelo caminho

  • 11/12/2015
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 A Rumo ALL é um paradoxo sobre trilhos. O acordo que viabilizou a criação da maior operadora ferroviária da América Latina é hoje o maior fator de inviabilidade da companhia. O objeto da contradição é o compromisso firmado com o Cade. Para aprovar a fusão entre a Rumo e a ALL, o órgão antitruste jogou no colo de Rubens Ometto um programa de investimentos da ordem de R$ 10 bilhões. Em fevereiro deste ano, após meses de idas e vindas, Ometto acreditava ter fechado o melhor acordo possível. Só que de lá para cá, o cenário mudou radicalmente. O dólar subiu 40%, o crédito rareou e a receita com o transporte de cargas começou a cair na esteira da forte retração econômica. A conta da Rumo ALL não fecha. Hoje, a empresa tem cerca de R$ 1 bilhão em caixa. Mal dá para cobrir um terço do investimento de R$ 2,8 bilhões que terá de ser feito nos próximos 18 meses. Diante desta encruzilhada, Ometto não vê outra opção para pagar o pedágio imposto pelo Cade se não a venda de ativos da companhia. É o que ele fará já no início de 2016.  A ordem na Rumo ALL é proteger ao máximo as concessões ferroviárias, concentrando o processo de desmobilização em outras áreas de negócio. É o caso do segmento de infraestrutura portuária. A empresa deverá se desfazer dos terminais graneleiros T16 e T19, ambos no Porto de Santos. Cargill e ADM já teriam demonstrado interesse no negócio. Com capacidade de transbordo de 12 milhões de toneladas por safra, os dois terminais estariam avaliados em pouco mais de R$ 1 bilhão. A Rumo ALL pretende também realizar um leilão de equipamentos ferroviários, incluindo locomotivas e vagões. Cálculos preliminares feitos pela companhia indicam um potencial de arrecadação da ordem de R$ 500 milhões. A Rumo ALL não comentou o assunto.

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