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Minoritários da Kora Saúde vão à CVM para brecar saída do Novo Mercado

  • 4/07/2024
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Os minoritários da Kora Saúde – entre os quais figuram as gestoras Polo Capital, Iridium e Fourth Sail – estão se articulando para entrar com uma ação conjunta na CVM. De acordo com um dos investidores, ouvidos pelo RR, o objetivo seria barrar a saída da empresa do Novo Mercado, ao menos nas condições impostas pela HIG Capital, acionista controladora. O primeiro questionamento diz respeito à própria assembleia convocada pelos norte-americanos para deliberar sobre o encerramento da listagem no segmento especial da B3. Por lei, apenas os detentores de ações em circulação podem votar sobre o tema. No último dia 4 de junho, a B3 determinou que os dois sócios fundadores da Kora Saúde, os médicos Bruno Moulin Machado e Ivan Lima, não poderiam participar da assembleia, por serem pessoas vinculadas ao controlador.

 

 

A HIG está tentando reverter a decisão junto à Bolsa. Esse é um ponto crucial. Machado e Lima detêm 10% da companhia, praticamente a metade do free float (20,3% do capital total). No mercado, a dupla é tida como inteiramente alinhada à HIG. Ou seja: se ambos votarem, muito provavelmente a saída do Novo Mercado será aprovada. Nesse contexto, o eventual recurso dos minoritários à CVM para brecar a assembleia de acionistas ganha um peso ainda maior.

 

 

Ressalte-se que o órgão regulador já instaurou um processo administrativo (número 19957.004752/2024-54) para apurar as condições da oferta apresentada pela HIG para o cancelamento do registro da Kora no Novo Mercado – informação confirmada ao RR pelo próprio órgão regulador. A CMV disse ainda que “acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário. A Autarquia não comenta casos específicos.”.

 

 

A dimensão do litígio que ainda está por vir pode ser medida pela cautela dos minoritários. Em contato com o RR, a Iridium informou que “dada a complexidade do tema, decidimos por não nos posicionar publicamente sobre o assunto.” A Polo Capital, por sua vez, também optou pelo silêncio: “A Polo não poderá participar da pauta dessa vez.”

 

 

Segundo a mesma fonte, os minoritários também pretendem questionar junto à CVM os termos da Oferta Pública apresentada pela HIG para a recompra de ações da Kora Saúde. A gestora norte-americana colocou sobre a mesa o valor máximo de R$ 0,87 por papel. Os investidores contestam os critérios para definição do preço. E exigem também que a HIG estipule um valor mínimo, que funcionaria como uma trava e uma espécie de hedge para os acionistas caso a cotação do papel desabe. A OPA já está na mira da própria CVM.

 

 

 

No último dia 25 de junho, segundo o RR apurou, a autarquia enviou ofício aos fundos Fuji Brasil Partners IC – FIP Multiestratégia IE e Viso Advantage – FIP Multiestratégia IE, veículos de investimento da HIG na Kora, solicitando uma série de informações sobre a oferta: “(i) providenciem a divulgação imediata ao mercado do referido laudo de avaliação, encaminhando cópia à CVM e à Companhia; (ii) encaminhem à CVM o contato da instituição contratada para elaboração do citado documento; e (iii) encaminhem imediatamente manifestação à Companhia, a qual deve ser divulgada ao mercado, informando a sua decisão sobre continuação ou não da referida OPA para cancelamento de registro”. Consultada, a CVM não informou se a HIG Capital já forneceu esses dados. O RR encaminhou uma série de perguntas à HIG, mas a gestora não quis se manifestar sobre o assunto. A Kora Saúde também não se pronunciou.

#CVM #Kora Saúde

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