Mercado
EMS e Hypera: as hostilidades estão reservadas para o segundo tempo
Carlos Sanchez, dono da EMS, insiste em repetir que a proposta de fusão apresentada à Hypera não é “de forma alguma hostil”. Imaginem se fosse… Há informações no mercado de que, na semana passada, Sanchez voltou a adquirir ações da Hypera em Bolsa. Mais do que isso: há quem enxergue as digitais do empresário em fundos de investimento que vêm atuando de forma mais agressiva na ponta compradora.
As operações teriam se concentrado em 21 e 24 de outubro, não por acaso dias em que o volume de negócios com os papéis da Hypera superou R$ 1 bilhão, o equivalente a dez vezes a média de recursos movimentados por pregão neste ano, em torno de R$ 98 milhões. Nesse período, a ação chegou a subir 8%. Desde a última quinta-feira, no entanto, a Hypera já acumula uma queda de 13%, reflexo dos investidores que decidiram se desfazer de papéis devido à negativa da companhia de se unir à EMS.
O impacto negativo neutralizou, inclusive, a demanda pelos papéis puxada por Sanchez e sua escolta no mercado. De certa forma, melhor para o empresário, que está aumentando sua posição na Hypera pagando menos em bolsa. Procuradas pelo RR, EMS e Hypera não se manifestaram.
É importante frisar que a Hypera é uma presa razoavelmente vulnerável a um eventual takeover via mercado.
Seu free float é de aproximadamente 58%. Não foi por outro motivo que o principal acionista da empresa, João Alves de Queiroz Filho, o “Júnior”, ergueu uma espécie de barricada societária: nos últimos dias, ao lado de investidores aliados, procurou reduzir o volume de ações em circulação com seguidas ordens de compra – como se vê não foi à toa que o montante de negócios ultrapassou R$ 1 bilhão por duas vezes na semana passada. “Junior” superou os 50% de participação na empresa – conforme noticiou o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, no último domingo. Em tese, o movimento inviabiliza a tentativa “de forma alguma hostil” de fusão engendrada pela EMS. Mas quem conhece bem Sanchez aposta todas as suas fichas que ele não vai desistir. A investida sobre a Hypera já entrou na categoria da “questão de honra”.
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