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O maior complexo portuário da América Latina é hoje a imagem mais bem acabada do definhamento do setor de infraestrutura no Brasil. O Porto de Santos está derretendo. Praticamente todos os terminais de contêineres locais estão realizando prejuízos. Santos Brasil, Libra, Embraport e Ecoporto fazem rebolados contábeis para mostrar algum resíduo de lucratividade nos balanços. Todos cortam pessoal e planejam enxugar os investimentos. Não demora e a própria cidade de Santos vai pedir um S.O.S. Somente um dos concessionários ainda respira sem balão de oxigênio: a Brasil Terminal Portuário (BTP), que se vale de operações cruzadas de embarque e desembarque feitas por seus acionistas controladores, as holandesas Terminal Investment Limited (TIL) e APM Terminals. Ainda assim, a dupla dos Países Baixos tem registrado resultados muito aquém do seu plano financeiro. Ressalte-se que os dois grupos holandeses investiram mais de R$ 2 bilhões na BTP, que começou a operar em 2013. A situação é tão delicada que Santos começa a exportar sua agonia para outras praias. Os projetos de Imbituba estão soterrados. Em Itajaí, a Maersk já pulou fora da operação. No Rio, a Multiterminais atravessa seu pior momento. O aumento do custo do capital e o desabamento das importações, por conta da recessão e do câmbio, têm afetado duramente a movimentação de contêineres nos portos brasileiros. Resumo da ópera: se o governo tinha alguma esperança de os players do setor participarem das licitações em 2016, pode esquecer. A não ser que o cenário mude, o que não é previsível, ou alguma vantagem até agora desconhecida seja colocada sobre a mesa, os grandes operadores já podem ser dados como cartas fora dos futuros leilões. Tudo indica que a desejada expansão da logística portuá- ria vai se restringir à redução da capacidade ociosa e ao aumento da produtividade.
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