Crédito ao consumo é o remédio anticoronavírus

  • 2/03/2020
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É Jair Bolsonaro quem diz: Keynes está vivo, ainda que contaminado com o coronavírus. E dessa vez não é Paulo Guedes quem dá as cartas; ele só abre o bolso. Os riscos da epidemia se alastrar sobre a economia estão sendo discutidos no Palácio do Planalto pelos generais quatro estrelas. A velocidade com que o coronavírus impacta as projeções do PIB tem deixado o alto comando do governo em estado de alerta. Segundo o RR pode pescar, uma verba extraordinária seria reservada para alocação no consumo, que é o segmento responsável pelo pífio crescimento do país.

O governo pode manobrar a absorção doméstica no curto prazo, coisa que não acontece com os investimentos, a indústria e, especialmente, a exportação, que é quem deverá sofrer diretamente as consequências do vírus. O ministro da Economia terá o papel de catar recursos do Orçamento. No limite, vale até uma contribuição extraordinária por tempo determinado. A preocupação é grande. Só existem dois casos do vírus efetivamente constatados no Brasil. E, mesmo que não houvesse nenhum, bastaria a atual contaminação nos diversos países do mundo para achatar o PIB do país.

O Boletim Focus vem tratando do contágio da economia a conta-gotas. Nas últimas quatro semanas, a projeção do PIB estava em 2,31%. Na última rodada, ela foi reduzida de 2,23% para 2,20%. Mas, os indicadores antecedentes, pré-Focus, obtidos nas principais casas bancárias, a exemplo do Itaú, BTG, JP Morgan, empurram o crescimento da economia para baixo de 2%. Há instituições, como o Fator, que estimam um PIB de 1,4%. A velocidade de queda é algo que apavora os generais, profissionais talhados para circunstâncias de crise, que requerem planejamento emergencial. Por enquanto, o protocolo é o silêncio. E torcer para que não venha a ocorrer mais nenhum caso de coronavírus no Brasil.

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