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Há uma tensa expectativa na família Safra. É esperada para a próxima semana alguma decisão da Suprema Corte do Estado de Nova York sobre o processo aberto pelo bilionário Alberto Safra contra a matriarca da família, Vick Safra (viúva do antigo manda chuva, Joseph Safra) e seus irmãos, Jacob Safra, que comanda a operação internacional do grupo, e David Safra – responsável pelos negócios do clã no Brasil. A briga é feia. A família, à exceção da irmã Esther, quer deserdar Alberto, praticamente expulsando-o da SNBNY – holding que controla o banco americano Safra National Bank. Alberto afirma que foi diluído na SNBNY quando estava muito enfermo. A família diz que “pouco depois de receber a doação do Sr. Joseph como antecipação da herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender os apelos feitos pessoalmente pelo seu pai, e iniciou negócio concorrente, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.” Em nota oficial, os Safra em bloco chamam Alberto de conspirador. O fato é que quem deserdou Alberto foi o próprio Joseph.
Alberto Safra descarrega nos irmãos, dizendo que eles foram responsáveis por ações ilegais. Nas internas, fala-se que Vick Safra é a mais incomodada com o comportamento de Alberto e quem está apertando o torniquete da alienação do filho de todos os negócios. Pode ser. As mulheres da família Safra são notórias pela força e determinação, vide a falecida Lily Safra, duríssima na queda. Lily, mulher do também falecido Edmond Safra, deixou uma fortuna de US$ 1,3 bilhão para a caridade. Muita água – ou sangue metaforicamente – ainda vai rolar nessa guerra.
Os Safras são detentores de um império detentor de ativos estimados em US$ 90 bilhões em ativos. Alberto, sozinho, teria mais de US$ 8 bilhões, sem contar o quinhão em disputa. É uma pena todo o episódio. Apesar das recorrentes brigas em família, os Safra são reconhecidos pela elegância. O publicitário Nizan Guanaes define o marketing do banco com uma palavra: “silêncio”. Agora é torcer para que Hollywood não se anime com o enredo. Por enquanto, o relevante é aguardar o que dirá a Justiça de Nova York. Depois, é inevitável que uma enxurrada de ações seja impetrada. É muito, mas muito dinheiro em jogo.
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