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CEO da Autopass pede demissão e escancara versões para todos os lados

  • 9/04/2025
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O estopim da criação do cartão Jaé virou, ontem, um barril incandescente de combustível, inflamado pelo pedido de demissão de Rodney Freitas, CEO da Autopass, operadora da bilhetagem dos transportes de São Paulo. O executivo divulgou nota protocolar sobre sua saída da empresa, atualmente envolvida no imbróglio da aquisição do Consórcio Bilhete Digital (CBD), concessionária do cartão Jaé. Em sua mensagem de despedida, que pouco explica, Rodney argumenta que vai seguir novos rumos.

A saída de Rodney ocorre a três meses da data prevista pelo prefeito Eduardo Paes para operação exclusiva do cartão Jaé nos transportes do Rio e no momento que o processo de aquisição do CBD pela Autopass enfrenta disputas judiciais sem uma luz no fim do túnel.

A Billing Pay, empresa que fornece validadores e a tecnologia de processamento da bilhetagem, informou à Justiça a continuidade do processo de transferência da titularidade da concessionária CBD, que já teria sido suspenso por liminar.

A denúncia da Billing Pay é grave e configura desobediência à determinação judicial de suspender as tratativas de transferência do controle societário do CDB. Diante de tantas incertezas para a continuidade do negócio, parece que Rodney preferiu se resguardar para não se envolver em processos ilegais.

O boato dito e desdito no ambiente interno da Secretaria de Transporte da Prefeitura do Rio de Janeiro é de que, desde o início das conversações, Freitas nunca acreditou no projeto, que achava um mau negócio para a Autopass. Ele não teria participado das reuniões em São Paulo, sede da virtual dona do Jaé. E sempre tentou convencer os sócios da Autopass de que a aquisição poder levar a problemas sérios. Pulou fora porque achava a operação uma fria. Sair com esse argumento é bem menos mal do que envolvido em eventual processo de criminalização.

A venda do Jaé à Autopass foi anunciada em janeiro e até agora não foi concretizada. De acordo com relatório da Secretaria Municipal de Transportes, a Procuradoria Geral do Município (PGM) do Rio recomendou cautela à Prefeitura e disse que todas as pendências legais e contratuais deveriam ser resolvidas. A negociação se arrasta, expondo os riscos de prejuízo às empresas envolvidas e ao poder público. Para bom entendedor, mais parece que o executivo não quis arcar com esse ônus e incluir essa passagem nada virtuosa no currículo.

#Autopass #Rodney Freitas #Transporte público

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